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Mortes por Covid-19 no mundo ultrapassam 800 mil, diz relatório

24 ago 2020 às 09:00

O número de mortes em todo o mundo pelo novo coronavírus ultrapassou 800 mil, segundo relatório divulgado pela Universidade Johns Hopkins (EUA) neste sábado (22). O total de casos passou de 23 milhões.


Mais da metade dos óbitos mundiais ocorreram em quatro países: Estados Unidos (175.588), Brasil (113.358), México (59.610) e Índia (55.794).


A China, marco zero da doença, registrou 4.710 mortes e quase 90 mil casos. O vírus se espalhou para 188 países desde que foi ali detectado pela primeira vez em dezembro.


Em números absolutos de casos, EUA e Brasil também seguem na liderança, com mais de 5,6 milhões e 3,5 milhões, respectivamente. Mas a maior taxa de letalidade, segundo a Johns Hopkins, está no Iêmen com 28,5%, seguido pela Itália (13,8%), Reino Unido (12,8%), Bélgica (12,3%) e México (10,8%).


A taxa de letalidade nos EUA e no Brasil é de 3,1% e 3,2%, respectivamente. No mundo, é estimada em 0,6% pela OMS (sujeita a mudanças, conforme novos estudos são feitos). Já a da gripe sazonal é de 0,1%.


A taxa de letalidade se refere à quantidade de pessoas que morreram pela Covid em relação ao total de infectados por ela. Já a de mortalidade é a relação de pessoas que morreram pela doença por grupos de 100 mil habitantes. No Brasil, essa relação está em 54. Nos EUA, em 53.


Nesta sexta (21), o diretor de emergências da OMS (Organização Mundial da Saúde), Michael Ryan, disse que a desaceleração da pandemia se estabilizou no Brasil, as UTIs estão sob menos pressão do que inicialmente, mas alertou que isso não significa que o país tenha conseguido controlar a transmissão do vírus–são mais de 6.000 casos diários.


"Podemos ter a impressão de que as coisas estão melhorando, mas precisamos de medidas efetivas para diminuir a transmissão no Brasil. A pergunta agora é se esse padrão de declínio será mantido."


O que mais preocupa a OMS no momento é o ressurgimento de casos de Covid-19 em vários países que, com a queda dos registros, haviam relaxado medidas mais restritivas, como o isolamento social e o uso de máscaras de proteção.


A Coreia do Sul, considerada uma história de sucesso no enfrentamento ao coronavírus, voltou a proibir grandes eventos sociais, fechando casas noturnas e igrejas a partir deste domingo, depois de registrar mais de 300 casos em dois dias seguidos.


A Alemanha, que inicialmente também havia conseguido desacelerar a transmissão do vírus, relatou neste sábado mais 2.000 casos, uma quantidade que não era registrada desde o final de abril, o pico da pandemia.


As escolas alemãs foram reabertas há duas semanas, e ao menos 41 delas relataram que alunos ou professores foram infectados desde então.


Na França, mais de 4.500 novos casos da Covid-19 foram registrados nas últimas 24 horas. O uso de máscara, já obrigatório em algumas áreas de Paris e cidades como Nice, passou a ser também agora em Toulouse e Lyon.


A Espanha computou mais de 8.000 casos em 24 horas. Em Madri, foi recomendado que as pessoas voltem ao isolamento nas áreas mais afetadas pelo coronavírus.


A Inglaterra vive situação parecida. As regras de confinamento foram endurecidas em áreas da região noroeste.


Na Dinamarca, que enfrenta um aumento de casos e de novos surtos, o uso de máscara passou a ser obrigatório a partir deste sábado nos transportes públicos. Até agora era apenas uma recomendação.


Nesta sexta (21), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que espera que a pandemia acabe em menos de dois anos.


Em entrevista coletiva em Genebra, ele lembrou que a gripe espanhola de 1918, que matou pelo menos 50 milhões de pessoas, levou dois anos para ser superada. "É claro que com mais conectividade, o [corona]vírus tem mais chance de se espalhar", disse.


Mas, ao mesmo tempo, ele lembrou que hoje há mais tecnologia e conhecimento para detê-lo, destacando a importância da "unidade nacional e solidariedade global".

Neste sábado, o professor Mark Walport, membro do Grupo de Aconselhamento Científico para Emergências do Reino Unido, disse à BBC que a Covid-19 "vai ficar conosco para sempre de uma forma ou de outra". "Um pouco como a gripe, é possível que vamos precisar de revacinação em intervalos regulares."


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