O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) abriu nesta quinta-feira, 31, uma sindicância para investigar o caso da uma dona de casa de Araraquara, no interior de São Paulo, que ficou por dois anos com uma pinça dentro do abdômen. Segundo o Cremesp, as investigações devem durar cerca de seis meses.
De acordo com nota do Hospital Beneficência Portuguesa de Araraquara, será enviado ao Conselho Regional de Medicina os documentos que formam o prontuário da paciente para avaliar a conduta do médico cirurgião Leonardo Alberto Cunha e do primeiro auxiliar doutor Alexandre Gonçalves de Ângelo, durante a Histerictomia Total Ampliada (retirada de ovário), feita por eles em 17 de novembro de 2008.
A dona de casa, segundo o hospital, começou o tratamento no dia 9 de dezembro de 2008, 22 dias após a operação, com o primeiro ciclo de quimioterapia, concluindo o sexto ciclo em 31 de junho de 2009. Durante todo período, ela jamais se queixou ao médico oncologista de qualquer desconforto abdominal.
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Apenas no dia 31 de dezembro de 2010, é que, reclamando de dores no abdômen, a paciente foi atendida no Serviço de Emergência do hospital, quando foi feito um Raio X, detectando, na cavidade abdominal, uma pinça utilizada pelo médico na cirurgia de 2008. O mesmo profissional, doutor Leonardo Alberto Cunha, três dias depois, fez o procedimento para a retirada do objeto.