Dia 5 de fevereiro é marcado como conscientização do Dia Nacional da Mamografia, exame mais eficaz para identificar casos de câncer de mama precoce. Porém, mesmo com o Brasil tendo 51,7% da sua população feminina, apenas 24,1% das mulheres entre 50 e 69 anos realizaram a mamografia pelo SUS em 2018. Os dados são da pesquisa realizada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia em parceria com a SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia). Além da dificuldade de acesso para conseguir o diagnóstico e o tratamento, a SBM alerta para o grande número de mulheres que não faz o exame porque acreditam em informações inverídicas, as famosas "Fake News”.
Para o Dr. Vilmar Marques de Oliveira, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, o medo ainda afasta as mulheres de realizar os exames preventivos. "Há dúvidas sobre a radiação na hora do exame, periodicidade e até o desconforto com a dor. Mas podemos garantir que este é um exame seguro e o único capaz de identificar com precisão possíveis lesões”, explica o médico, completando que as mulheres podem buscar informações seguras e tirar dúvidas no site da SBM.
Ele lembra que cerca de 80% dos nódulos encontrados nas mamas tendem a ser benignos. "Por isso a importância de consultar o mastologista para que ele oriente da melhor forma. Se a mamografia detectar alguma alteração o importante é fazer o diagnóstico e iniciar o quanto antes o tratamento para evitar futuras complicações e ter uma boa qualidade de vida, complementa o mastologista.
Leia mais:
Opas se preocupa com aumento de casos de dengue, oropouche e gripe aviária nas Américas
Presidente Lula fará procedimento endovascular nesta quinta
Pimenta diz não ver necessidade por ora de afastamento de Lula da Presidência após cirurgia
Com 1.176 casos de dengue, regional de Londrina lidera registros de dengue no Paraná
No Brasil, o rastreamento mamográfico é recomendado pelo Ministério da Saúde dos 50 anos aos 65 anos bianualmente (estratégia de menor impacto na mortalidade com melhor custo benefício e menor número de biópsias). A SBM / CBR / FEBRASGO recomendam rastreamento anual a partir dos 40 até os 75 anos. Essa estratégia é a que tem maior impacto na mortalidade e menor custo (levando em conta os anos de vida salvos com qualidade).
MAMÓGRAFOS
O estudo também afirma que existem cerca de 4,6 mil mamógrafos registrados no país, mas apenas 47% destes aparelhos funcionam plenamente. Quanto à distribuição, 6% estão no Norte; 28% no Nordeste; 39% no Sudeste; 18% no Sul e 8% no Centro-Oeste. Não há falta de equipamentos, mas os que existem são mal distribuídos e subutilizados em todos os estados. Essa subutilização se dá, principalmente, pela falta de acesso aos equipamentos, já que em muitos lugares a distância entre eles e a paciente é grande – lembrando que o Ministério da Saúde recomenda que os mamógrafos estejam a uma distância máxima de até 50 quilômetros um do outro, mas apenas o Sul e o Sudeste contam com essa disponibilidade.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Vilmar Marques de Oliveira, outros fatores contribuem para esse gargalo, como a dificuldade das mulheres receberem o pedido para o exame no primeiro atendimento, ainda no posto de saúde; a falta de uma organização estrutural da rede pública, fazendo com que as pacientes sejam encaminhadas para lugares distantes de suas residências; mamógrafos quebrados ou em manutenção; e quantidade insuficiente de técnicos habilitados para manusear adequadamente os equipamentos. "O Brasil é um país de dimensões continentais e são vários os problemas que levam a esse baixo índice de mamografias", explica Dr. Vilmar.