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Outubro Rosa

Mutirão em Londrina devolve autoestima a mulheres vítimas de câncer

Simoni Saris - Grupo Folha
04 out 2016 às 10:12

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- Saulo Ohara/Grupo Folha
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Receber o diagnóstico de câncer de mama significa muito mais que ter pela frente uma longa batalha contra uma doença grave que irá exigir garra e coragem para enfrentar sessões de quimioterapia e radioterapia. Além da dor física e de todos os incômodos decorrentes do tratamento, a paciente ainda tem de lidar com a dor psicológica que fere violentamente a autoestima. Para ajudar mulheres que passaram por tratamento contra o câncer a recuperarem a autoconfiança e resgatarem a feminilidade, um grupo de esteticistas realizou ontem um mutirão para fazer, gratuitamente, micropigmentação de sobrancelhas e de aréola.

A ação foi feita em comemoração ao Outubro Rosa, campanha de conscientização sobre a importância da prevenção e do combate ao câncer de mama. Ao longo de todo dia, 32 mulheres foram atendidas em um centro de estética no centro de Londrina. Em comum, além dos efeitos da quimioterapia e da mastectomia no corpo, elas guardam histórias emocionantes de dor e superação.

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A aposentada Elisabete Euzébio, de 47 anos, está em tratamento contra o câncer desde 2014. Ela já encerrou as sessões de quimio e radioterapia e agora dá continuidade à terapia com o medicamento via oral que ela tem de usar por cinco anos. "Quando você recebe a notícia de que tem o câncer, é praticamente como dissessem que você vai morrer. Tudo é muito difícil", conta. "Quando faz o tratamento, começa a perder cabelo. Eu não tive que retirar o seio todo, mas um ficou menor que o outro. Isso seria normal no dia a dia, mas quando alguém te agride, como aconteceu comigo, eu me sinto mutilada", relata ela, com lágrimas nos olhos.

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Uma das marcas da quimioterapia Elisabete carrega no rosto. Os pelos da sobrancelha caíram, levando junto sua autoestima. Por meio de um grupo do Whatsapp, a aposentada soube do mutirão que iria acontecer ontem e se inscreveu. Ela foi uma das escolhidas, entre cerca de 80 candidatas, para receber a micropigmentação da sobrancelha. "Ter de volta a sobrancelha é uma conquista enorme. Vai permitir que eu me sinta mulher de novo."

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A salgadeira Ana Carolina de Oliveira, de 19 anos, também se emociona ao relembrar de sua luta contra o câncer de pele. "Eu nasci com uma manchinha no rosto que depois minha mãe descobriu que era câncer. Fiz cirurgia e tratamento até os 6 anos de idade. Durante todo esse tempo, vivi sem cabelo. Aos 12 anos, o câncer voltou na testa. Passei por um procedimento agressivo que prejudicou meus rins e acabei perdendo o rim esquerdo com 14 anos", recorda.


Um médico ofereceu a Ana Carolina um tratamento para que o cabelo crescesse, mas os pelos da sobrancelha nunca voltaram a nascer. "Passei a infância toda sem pelo na sobrancelha. Sofria bullying na escola, mas foi só na adolescência que percebi que eu era diferente e perguntei o porquê para minha mãe. O olhar das pessoas machuca muito e as piadas também." Ontem, Ana Carolina teve o desenho de sua sobrancelha refeito com a técnica da micropigmentação. "Estar hoje aqui é muito gratificante."

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CORRENTE DO BEM


A iniciativa de realizar o "mutirão do bem" foi da esteticista Luciane Torres, que contou com a parceria da proprietária de uma franquia da Vita Derm em Londrina Elisângela Scremin, que doou o espaço e os materiais. "O projeto foi um sonho que eu tinha e que se realizou. As dez profissionais que estão atendendo aqui hoje, gratuitamente, foram minhas alunas", disse. "O que se formou aqui foi uma corrente do bem. Eu tinha a vontade de fazer essa ação e encontrei várias pessoas dispostas a colaborarem, cada uma de uma forma." Algumas mulheres atendidas ontem chegaram até o mutirão por meio de um grupo de atendimento a mulheres com câncer. Outras, ouviram a divulgação em uma emissora de rádio em Cambé.


A cabeleireira Daniela Andréa Pereira de Matos Vieira, de 40 anos, não escondia a alegria de poder fazer a micropigmentação de aréola. Há um ano em tratamento contra o câncer de mama, ela retirou o seio esquerdo. A cirurgia para reconstrução da mama foi feita no mesmo dia do procedimento de mastectomia, então Daniela não sofreu o impacto de se ver sem um dos seios. Mas fazer o desenho da aréola é uma vitória para ela. "Tenho uma família e um marido que sempre me apoiaram, o que é muito importante. Mas você se olhar no espelho e ver o seio diferente, é estranho. Estar aqui hoje é uma vitória. É um pedaço de mim que está sendo trazido de volta."

A montadora Andréia dos Santos, de 39 anos, já experimentou todas as sensações descritas por cada uma das mulheres atendidas e ontem participou do mutirão para dar a elas o seu apoio. Ela descobriu o câncer de mama aos 33 anos e teve de retirar uma das mamas. Terminado o tratamento, ela reconstruiu o seio, fez micropigmentação de aréola e de sobrancelha. "É uma doença que judia bastante da gente e um projeto como esse é muito bonito porque devolve a autoestima a essas mulheres", disse. "Participar desse mutirão renova a gente. Dá mais ânimo. Sempre tive o sonho de trabalhar com micropigmentação de aréola e devolver a autoestima a essas mulheres é muito gratificante. Ouvir todas essas histórias é emocionante", afirmou a esteticista Josiana Reis.


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