Gripe mata, principalmente se o vírus for H1N1, e os paranaenses estão na terceira posição no ranking entre os Estados com maior número de óbitos causados pela influenza A ao longo deste ano, segundo o acompanhamento do Ministério da Saúde. O número de mortes provocadas pelo H1N1 passou de 125 para 152 no boletim semanal divulgado nesta quarta-feira (6).
Quanto às mortes por influenza, o novo boletim contabiliza 168 óbitos (32 a mais do que na semana passada) e 263 outras mortes confirmadas por Síndrome Respiratório Aguda Grave (SRAG) não especificadas. Somando todas essas variações são quase 500 pessoas que tiveram suas vidas abreviadas por conta de algum tipo de gripe.
Mesmo com as temperaturas mais amenas, 349 novas notificações de SRAG chegaram à Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), atingindo um total de 3.999 e desse universo, 914 casos foram confirmados como influenza e desses 850 de H1N1 (93%). "A virulência do H1N1 segue em alta e não cessou com a melhora das temperaturas. Pior, essa sazonalidade do vírus seguirá forte até setembro. A população precisa estar atenta ao comportamento preventivo, cortando a cadeia de transmissão da doença e, buscar rapidamente o tratamento, caso os sintomas apareçam", alertou a chefe do Centro de Epidemiologia da Sesa, Júlia Cordellini.
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O aumento significativo dos números, levou representantes da Sesa a se reunirem com médicos do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) para emitir duas notas técnicas com informações sobre o protocolo de diagnóstico e tratamento que devem ser adotados nas unidades de atenção primárias da saúde e, sobretudo, nas secundárias e nos hospitais onde chegam os pacientes enquadrados no quadro identificado como SRAG.
Outra ação da Sesa foi gravar um vídeo que será disponibilizado nas páginas das duas instituições na internet, a partir desta semana, para reforçar as informações contidas nas notas técnicas, protocolos e boletins da secretaria. "Também estamos enviando equipes para reforçar a capacitação dos profissionais de saúde em regionais com índices de letalidade preocupantes", afirmou Júlia. Uma delas é a Regional de Foz do Iguaçu, que já contabilizou 23 óbitos, sendo 22 por H1N1.
"É muito preocupante a quantidade de pessoas morrendo por conta da gripe lá. Depois da 2ª Regional Metropolitana, com 29 mortes por H1N1, dentro de um total de 35 óbitos, Foz do Iguaçu dispara na vice-liderança desse ranking assustador, sendo que Curitiba registrou 17 mortes por H1N1, enquanto que o município de Foz, chegou a 21", apontou.
LONDRINA
A 17ª Regional da Saúde de Londrina estabilizou o número de casos fatais da gripe – foram 11 mortes, das quais 10 foram por H1N1. O município de Londrina segue, há três boletins, com cinco óbitos, sendo todos por H1N1. O chefe da Vigilância Epidemiológica da 17ª Regional, Edmilson de Oliveira, considera que ainda o quadro não é de comemoração. "Não estamos satisfeitos, porque com vacina e Tamiflu não deveria haver qualquer óbito. Vamos continuar trabalhando para que os números não aumentem", declarou.
Segundo ele, a ampla cobertura vacinal dos grupos de riscos e o envio antecipado do protocolo de diagnóstico e tratamento para as unidades de saúde primárias e secundárias, unidade de pronto atendimento e hospitais contribuiu para esse resultado. "Desde que identificamos o surto em São Paulo, em março deste ano, trabalhamos intensamente na capacitação e no preparo dos pontos de atendimento para receber e tratar desses pacientes", explicou.