Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Sexo frágil?

Pesquisa revela: homens têm dificuldade para envelhecer

Heloísa Prado - Bonde
10 ago 2006 às 18:44

Compartilhar notícia

siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Por que os homens e as mulheres envelhecem de formas diferentes? A partir dessa pergunta, a pesquisadora Dália Romero, do Centro de Informação Científica e Tecnológica (Cict), uma unidade da Fiocruz, conseguiu traçar um perfil do processo de envelhecimento da população brasileira. O resultado alerta para a dificuldade que o sexo masculino apresenta com o avanço da idade. A pesquisa indica que os homens vivem menos, vão menos ao médico, possuem hábitos menos saudáveis que as mulheres e que, na terceira idade, dificilmente moram sozinhos.

Os indicadores revelam que as brasileiras vivem em média 75 anos, enquanto seus parceiros vivem somente 67, oito anos menos. Essa diferença na expectativa de vida é causada pelo que a pesquisadora chama de riscos culturais, relacionados à violência, a acidentes de trânsito e a abusos como o fumo e o álcool, que os homens estariam mais sujeitos. O estudo demonstra que em todas as faixas etárias os homens morrem mais do que as mulheres. E essa estimativa se torna mais evidente entre os adultos jovens: a cada quatro mortes de indivíduos com idade entre 20 e 29 anos, três são de homens.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Outro fator relacionado à morte prematura dos homens é a baixa procura pelos serviços de saúde. De acordo com a pesquisa, enquanto 62,3% das mulheres consultaram algum médico nas duas últimas semanas, apenas 46,7% dos homens tiveram a mesma iniciativa. Para a pesquisadora, essa negligência faz com que os homens sejam responsáveis por um maior número de internação em situação grave e procurem mais os serviços de emergência.

Leia mais:

Imagem de destaque
Estudo

Famílias que ganham até R$ 1.200 por mês usam 82% dos recursos aplicados no SUS

Imagem de destaque
Novos focos

Novo plano para combater câncer de colo do útero tem foco em rastreio e vacina

Imagem de destaque
Vítimas menores de 14 anos

Brasil registra mais de 11 mil partos resultantes de violência sexual, diz pesquisa

Imagem de destaque
Alerta

Sesa reforça gratuidade dos serviços ofertados pelo SUS


Chegando à terceira idade, eles enfrentam mais dificuldades do que as mulheres. O resultado mostra que mais da metade (55%) dos pesquisados depende de outras pessoas para cuidar da casa e preparar a alimentação enquanto 90% das mais velhas participam de atividades domésticas.

Publicidade


A pesquisadora atribui a maior autonomia da mulher no dia-a-dia a sua multifuncionalidade. "A sociedade exige que a mulher se divida entre o trabalho, as obrigações com a casa e o cuidado com os filhos. Assim, ela se torna mais plural. Por outro lado, o homem se ocupa somente com o trabalho. A aposentadoria faz com que ele perca sua função social, caia no sedentarismo e fique mais sujeito à depressão. É preciso que ele descubra o lar e encontre o seu espaço", diz Dália.


Para a pesquisadora, a discussão sobre envelhecimento não interessa somente aos mais velhos. Segundo ela, o processo de envelhecer começa no nascimento e, por conta disso, os indicadores estão relacionados às práticas de toda a vida.

Publicidade


Dália destaca a relevância do estudo por duas razões: a primeira se deve ao aumento da expectativa de vida em todo o mundo e a segunda, pelo fato das pesquisas relacionadas a gênero estarem mais focadas nas questões femininas. "Os números mostram que temos que pensar numa política de saúde voltada também para o homem, que não está conseguindo acompanhar as mulheres no envelhecimento", diz.


De acordo com a pesquisa, em 1980 o excedente de mulheres na população brasileira estava em torno de um milhão. No ano 2000, o número estava em três milhões e a estimativa é que em 2050 a diferença ultrapasse a casa dos oito milhões.

Fonte: Agência Fiocruz


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo