A gigante farmacêutica Novartis está desenvolvendo um remédio que contém um microchip capaz de anunciar problemas de rejeição de órgãos em pessoas transplantadas. O medicamento espera ser aprovado para uso na Europa dentro de 18 meses.
O chip é ativado pelo ácido do estômago e transmite informações a um adesivo anexado à pele do paciente, cujo conteúdo pode ser acessado pela internet ou smartphone (celular que tem funções de computador). A aplicação em pacientes transplantados terá a função de ajudar a evitar a rejeição do órgão.
Um problema comum que ocorre após transplantes é ajustar a dose e o tempo de tomar medicamentos antirrejeição, que devem ser monitorados com frequência para evitar a rejeição do órgão. Com o microchip o problema deve ser solucionado, já que ele teria o papel de monitorar se as drogas estão sendo tomadas no momento certo e na dose correta.
Leia mais:
Famílias que ganham até R$ 1.200 por mês usam 82% dos recursos aplicados no SUS
Novo plano para combater câncer de colo do útero tem foco em rastreio e vacina
Brasil registra mais de 11 mil partos resultantes de violência sexual, diz pesquisa
Sesa reforça gratuidade dos serviços ofertados pelo SUS
Em janeiro deste ano, a Novartis gastou R$ 41 milhões (US$ 24 milhões) para garantir o acesso à tecnologia, inventado e desenvolvido por uma empresa privada da Califórnia, a Proteus Biomedical. O microchip é capaz de coletar a frequência cardíaca, temperatura e movimentos corporais, que podem indicar se as drogas estão funcionando como esperado.
Os microchips serão adicionados aos medicamentos já existentes, mas a empresa pretende realizar testes de bioequivalência para mostrar que os efeitos das pílulas mantêm-se inalterados com a adição do microchip.
Trevor Mundel, porta-voz da área de desenvolvimento global da farmacêutica, afirma que a privacidade dos pacientes será protegida, já que informações colhidas por meio de tecnologia Bluetooth (sistema de transmissão de dados sem fio) poderiam ser interceptadas por alguém que não seja o médico.
Apesar do uso do microchip ser focado para remédios que impedem a rejeição em pacientes transplantados, há tendência da tecnologia se espalhar para outras áreas da medicina, segundo Mundel.