A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Portos do Paraná realizaram nesta segunda-feira (3) uma série de reuniões com a Marinha, Regional de Saúde, Samu, Hospital Regional do Litoral, empresas, armadores e operadores portuários, sobre o novo coronavírus (nCoV). O encontro esclareceu a definição de caso suspeito adotada pelo Ministério da Saúde e ressaltou a importância dos planos de contingência e da articulação entre órgãos de governo, porto, entidades e profissionais para o enfrentamento da doença.
O fluxo de informações e protocolos de atendimento foram apresentados pela equipe da Anvisa. O Brasil não possui nenhum caso confirmado e a administração dos portos paranaenses adota medidas operacionais específicas para a prevenção de trabalhadores e comunidade.
"Estamos em diálogo constante com todos os órgãos e atores envolvidos, com troca de informações, definições e acompanhamento da situação em todo o mundo. Estamos preparados para colocar em prática o Plano de Contingência de Emergência de Saúde Pública que o porto possui, caso venha a surgir algum caso suspeito”, explica o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Ribeiro Santana.
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José Carlos de Abreu, diretor da 1 ª Regional de Saúde de Paranaguá, disse que a integração com os órgãos de saúde é essencial para uma resposta rápida e eficaz de controle, pensada na realidade local. "É alinhamento de conceitos com a Anvisa, a direção dos portos do Paraná e demais órgãos envolvidos na cadeia de receber o paciente suspeito. Esse diálogo evidenciou as particularidades que precisam ser consideradas no fluxo de atendimento”, destacou.
MUNICÍPIOS - Segundo Giovani de Souza, diretor do Hospital Regional do Litoral, a reunião dá continuidade ao trabalho realizado pelo Governo do Estado nos municípios paranaenses que recebem um fluxo grande de pessoas vindas da China.
"Neste momento a intenção é prevenir e esclarecer. A reunião serve também para que possamos conhecer e entender como é o trabalho de cada área, desde a chegada do navio, até o atendimento de emergência. Para quem é da área da saúde é essencial ter esta visão mais ampla, esta logística. Quanto mais informações, melhor é a tomada de decisão”.
João Claudio Campos Pereira, coordenador médico do Samu Litoral, concorda. "É preciso organizar o fluxo de atendimento de qualquer paciente com suspeita de coronavírus. Isso inclui estabelecer para onde encaminhar e de qual maneira esse paciente será atendido. Com fluxos definidos e equipes treinadas temos maiores possibilidades de prevenir a disseminação do vírus e proteger a comunidade”, conta
PROTOCOLO - A empresa pública Portos do Paraná intensificou medidas sanitárias e práticas de controle de tripulação para minimizar os riscos de infecção. Seguindo regulamentações sanitárias internacionais, a autoridade portuária segue um protocolo diferenciado para embarcações e tripulantes vindos das áreas epidêmicas.
As exigências aos navios seguem orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estão publicadas na Ordem de Serviço 12/2020. A empresa pública também estabelece um regime ainda mais intensivo de limpeza nos controles biométrico de acesso às áreas alfandegadas.
Cartazes com orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde já estão afixados nos diversos ambientes dos portos do Paraná, em três idiomas: português, inglês e mandarim.
O protocolo estabelece ainda que o agente marítimo deve comunicar a Autoridade Portuária sobre navios que tenham como origem as regiões noticiadas oficialmente como epidêmicas. Nestes casos, deverá ser cumprido um mínimo de quarentena de 21 dias, entre a saída do porto anterior até a chegada aqui.
Ao tripulante que venha de avião aos Portos do Paraná, proveniente da região epidêmica, para assumir jornada de trabalho em navios que estejam atracados, será solicitado a apresentação de um atestado médico, confirmando não apresentar nenhum dos sintomas do novo vírus.
No acesso às áreas alfandegadas dos portos, a Diretoria de Meio Ambiente intensificou a limpeza dos acessos biométricos e disponibiliza álcool em gel.
Para o embarque de trabalhadores em navios com bandeira chinesa ou provenientes do país, seguindo a Nota Técnica 08/2020 da Anvisa, é recomendado uso de máscara.