Quase 70 mil pessoas morrem todos os anos por overdose de substâncias opiáceas – como a morfina, heroína ou analgésicos como a oxicodona. Preocupada com esta questão, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou novas diretrizes para promover a redução desse índice de mortalidade.
"Em todo o mundo, estima-se que 69 mil pessoas morrem de overdose opiácea todos os anos", informou a OMS. "Esse número tem aumentado nos últimos anos, parcialmente relacionado ao aumento do uso de opiáceos no controle de dores crônicas".
Só nos Estados Unidos, em 2010, estima-se que 16.651 pessoas morreram devido à prescrição de remédios preparados com ópio. De acordo com a OMS, apenas 10% das cerca de 15 milhões de pessoas que sofrem de dependência opiácea recebem tratamento. A maioria das pessoas dependentes de opiáceos usa substâncias cultivadas de maneira ilícita ou heroína manufaturada, mas um número cada vez mais usa medicamentos prescritos com opiáceos. Nos últimos 10 anos, o seu uso aumentou na gestão de dores crônicas não relacionadas ao câncer, como a dor lombar.
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Para reverter esse quadro, as diretrizes recomendam o acesso do econômico medicamento naloxona às pessoas mais inclinadas a experienciar uma overdose opiácea e o treinamento de sua administração para a ressuscitação de pacientes. O naloxona é capaz de reverter completamente os efeitos da overdose opiácea e prevenir mortes por abusos de substâncias derivadas do ópio.
"Uma pequisa recente nos Estados Unidos mostrou que a distribuição de aproximadamente 50 mil kits de naloxona através de programas locais de prevenção de overdose opiácea reverteram mais de 10 mil overdoses", disse a Organização. Desde 2011, a política de prover naloxona para as pessoas em risco já está em vigor na Escócia, bem como em várias juridições nos Estados Unidos. A Irlanda já anunciou essa medida como política nacional.
Em 2012, o Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC) pediu à OMS, em colaboração com o Escritório sobre Drogas e Crime (UNODC), para prover conselhos e orientação baseados em evidência científica na prevenção de mortalidade da overdose de drogas, em particular da overdose opiácea.