Se por um lado a longevidade é algo positivo, por outro requer atenção especial em vários aspectos. Um deles é a preocupação com os riscos de acidentes que ocorrem dentro de casa e em atividades diárias.
Os cirurgiões especialistas em cirurgia do joelho e quadril Thiago Fuchs e Rogério Fuchs, explicam que os idosos estão mais sujeitos a quedas e fraturas porque o controle neuromuscular de pessoas à partir dos 60 anos vai se tornando cada vez mais frágil
"Cerca de 30% das cirurgias do joelho e do quadril realizadas pelos médicos do Instituto Fuchs são em pessoas acima de 60 anos", conta o médico Rogério Fuchs, que atua na área de cirurgia do joelho há mais de 30 anos.
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Segundo ele, existem algumas condições que contribuem para aumentar o risco de queda na terceira idade, entre elas, a redução dos reflexos, fraqueza muscular, a alteração de noção espacial, dores articulares, entre outras.
Uso da bengala
A bengala é um apoio para os membros inferiores que caiu em desuso, mas continua sendo indicado pelos especialistas, especialmente para pacientes acima de 60 anos.
"Alguns pedem para usar a bengala, como forma de apoio e pelo fato de que a bengala dá mais estabilidade para locomoção. No entanto, outros acham que a bengala é coisa de velho", relata o médico Rogerio Fuchs.
No caso de lesões no quadril e joelho, o uso da bengala diminui entre 30% e 50% a carga sobre o quadril afetado ou joelho afetado.
Números
De acordo com o Ministério da Saúde, 70% das quedas entre idosos acontecem dentro de casa. Sendo que 30% destes acidentes causam a morte de idosos e pelo menos 40% causam alguma lesão grave, principalmente, no joelho e no quadril.
O médico especialista em cirurgia do quadril, Thiago Fuchs, ressalta que após uma fratura de quadril , a taxa de mortalidade em pacientes acima de 60 anos – um anos após a cirurgia - é de 30%.
"Em contrapartida, caso ocorra fratura no quadril do idoso e a cirurgia não seja realizada, a taxa de mortalidade é muito maior devido a complicações no pulmão", alertou o Dr. Thiago.
Outro dado preocupante – divulgado pela Fundação Internacional de Osteoporose, que analisou 14 países de toda a América Latina, é que o número de fraturas nos quadris, causadas pela osteoporose, deve aumentar 32% até 2050.
O que já se estima é que atualmente ocorram mais de 121 mil fraturas do quadril todos os anos no Brasil.
O ciururgião do quadril, Thiago Fuchs, conta que quando a fratura do quadril acontece, geralmente o tratamento é cirúrgico, para fixação da fratura. Em alguns casos é necessária a realização da artroplastia (prótese) do quadril.
"O tratamento cirúrgico dever ser realizado o mais precoce possível, para evitar complicações cardiopulmonares nos idosos e permitir que o paciente ande o mais cedo possível", enfatiza Thiago. "Por isso, é muito importante a prevenção de quedas no idoso, além do tratamento clínico com atividade físicas, alimentação adequada e controle da osteoporose", completa Thiago.
Prevenção
Entre as recomendações para prevenir queda em pacientes acima de 60 anos estão, retirar os tapetes e móveis baixos, incluir corrimão nas escadas e barras de apoio nos banheiros e prevenir a osteoporose com tratamento e atividade física.
"Prevenção de quedas, avaliação periódica, realização de exercícios físicos para fortalecer os músculos e aumentar a amplitude dos movimentos, estão entre os fatores fundamentais para evitar acidentes dentro de casa e a queda de idosos", orientou Rogério Fuchs.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2015 o Brasil tinha cerca de 16 milhões de idosos. Mas a estimativa é que em 2060 esse número salte para 56 milhões.