O déficit do teto de média e alta complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS) diminuirá a partir deste mês. Nesta sexta-feira, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, assinou a portaria que eleva em R$ 1,2 milhão ao mês o teto financeiro. Barros também anunciou o repasse de R$ 5,5 milhões/ ano para três hospitais e a UPA Centro-oeste
Atualmente, o déficit gira em torno de R$ 2,7 milhões e com o aumento, cairá para R$ 1,5 milhão. "É um avanço significativo no financiamento de Londrina e habilitaremos novos serviços ao longo do tempo. Mas o importante é que essa defasagem começa a ser corrigida", afirmou o ministro. O último aumento ocorreu em 2010.
Com o reajuste, o município terá R$ 166,8 milhões ao ano para destinar às especialidades, R$ 14,4 milhões a mais que os valores atuais. O recurso será usado no custeio de ações como cirurgias eletivas, procedimentos neurocirúrgicos, cardiológicos, atendimentos ambulatoriais e internações hospitalares, além de exames de radiologia e laboratoriais.
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De acordo como secretário de Saúde, Gilberto Martin, hoje, o município tem contratado com os hospitais R$ 13.089,269,83 por mês em serviços, mas recebe do governo federal R$ 11.499,912,62. Além de R$ 1.118,614,00 que extrapolam do valor contratado. "Esse é o primeiro passo concreto no sentido de conquistarmos um teto real", afirmou Martin.
Segundo ele, é preciso equilibrar o teto financeiro a médio prazo para não colocar em risco as instituições filantrópicas. Barros afirmou que há a possibilidade de uma nova rodada de negociações para ampliar esse valor, mas não fixou prazo para que isso ocorra.
O reajuste do teto financeiro tem sido defendido junto ao Ministério da Saúde pelos deputados Marcelo Belinati (PP) - eleito prefeito de Londrina -, e Alex Canziani(PTB). "Acompanhamos isso há tempo. Eu ia quase toda a semana no ministério para tratar do assunto. Conseguimos resolver o problema da sub-notificação e criamos uma série histórica que deu condição técnica para que o ministério fizesse esse aporte", ressaltou Belinati. Até 2013, o município não registrava os valores que extrapolavam o teto, com a notificação foi possível comprovar o déficit.
Belinati enfatizou o empenho do ministro em corrigir a defasagem e comentou que "apesar de não resolver todos os problemas, é um começo para melhorar a saúde pública de Londrina. São 14,4 milhões que virá todos os anos para que a prefeitura possa fazer exames, cirurgias e consultadas. Mais R$ 3 milhões para a UPA."
O ministro também anunciou o repasse de R$ 1,5 milhão ao ano para habilitação de 10 leitos de UTI do Hospital do Câncer; R$ 445 mil/ano para serviços de traumatologia e R$ 250 mil para terapia nutricional do Hospital Evangélico. A Santa Casa de Londrina receberá R$ 354 mil ao ano para habilitação do serviço de terapia nutricional. Além de repasse de R$ 3 milhões para a UPA Centro-Oeste, no Jardim do Sol (zona Oeste)
Com esse repasse, Martin afirmou que pretende desengavetar um projeto de ampliação dos serviços prestados pelo (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Sismepar), com oferta de vagas de urgência e emergência na UPA Centro-oeste, Sabará e no Pronto-atendimento Infantil (PAI). "Com isso damos um passo para resolver os picos de espera nas UPAs", ressaltou o secretário.