Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Antiviral

Rússia anuncia acordo para oferecer remédio contra Covid-19 ao Brasil

Igor Gielow - Folhapress
24 set 2020 às 10:31
- Pixabay
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

O fundo soberano da Rússia e a farmacêutica russa ChemRar anunciaram nesta quinta (24) um acordo para fornecer a 17 países, inclusive o Brasil, um antiviral contra a Covid-19.


Segundo o fundo, que bancou também a criação da vacina Sputnik V, o Avivafir está sendo negociado com um laboratório privado brasileiro, que não teve o nome divulgado. Para ser usado, ele precisa ser aprovado pela Anvisa.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


A droga em questão é o Avifavir, nome comercial do favipiravir, composto que é usado desde 2014 no Japão contra a gripe chamado de Avigan.
Em abril, sua fabricante, a Fujifilm (a mesma do ramo fotográfico), começou testes clínicos de fase 3 para determinar se ele poderia ser eficaz no combate ao novo coronavírus. Seu princípio é o de inibir a enzima polimerase, que ajuda o patógeno a se reproduzir quando invade uma célula saudável.

Leia mais:

Imagem de destaque
Doença avança

Boletim da Dengue: regional de Londrina contabiliza mais de 25 mil casos em uma semana

Imagem de destaque
183 no Paraná

Brasil já registra 1.657 mortes por dengue desde janeiro de 2024

Imagem de destaque
Altitude

Palmeiras recorre a suplemento para amenizar 'viagem que Guardiola não faz'

Imagem de destaque
Saiba mais

Anvisa discute regulamentação de cigarro eletrônico no Brasil


A Rússia iniciou testes próprios com um genérico sob licença japonesa e, em junho, aprovou o uso emergencial de 60 mil doses do remédio em 74 de suas 85 regiões.

Publicidade


Como no caso da Sputnik, houve críticas à aprovação sem o fim dos testes clínicos. Segundo o Ministério da Saúde da Rússia, como o remédio não trazia riscos à saúde por já estar em uso, isso seria tolerável.


Segundo o órgão, 940 pacientes foram acompanhados. Neles, 30% tiveram o Sars-CoV-2 eliminado do corpo e o restante, reduziu seu tempo de tratamento de sintomas como pneumonia leve de quatro para dois dias.

Publicidade


Ainda assim, houve questionamentos na comunidade médica russa.


Nesta quarta (23), a Fujifilm divulgou os resultados de sua fase 3, apontando que o remédio de fato é eficaz para reduzir o tempo de tratamento em casos não graves da Covid-19. Agora, pretende iniciar o processo de aprovação do uso da droga no Japão, o que pretende concluir em outubro.

Publicidade


A ação do Avifavir é semelhante à da droga experimental remdesivir, cujos estoques mundiais foram virtualmente sequestrados pelo governo dos Estados Unidos, numa iniciativa condenada pela Organização Mundial da Saúde.


Os russos já haviam enviado a medicação para as ex-repúblicas soviéticas Belarus, Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão e Turcomenistão. Além deles, na segunda (21), o governo da Bolívia anunciou a compra de 150 mil doses da droga.

Publicidade


Agora, o fundo soberano afirma que deverá fornecer o remédio, que custa cerca de três vezes menos que o Remdesivir, para Brasil, Argentina, Bulgária, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Honduras, Kuwait, Paraguai, Panamá, Arábia Saudita, Sérvia, Eslováquia, África do Sul, Emirados Árabes Unidos e Uruguai.


"Quando nós registramos a primeira droga contra o coronavírus no mundo, houve ceticismo porque o Japão ainda não havia a registrado. Agora a eficácia está comprovada", afirmou Kirill Dmitriev, presidente do fundo.

Publicidade


A estratégia de marketing dos russos na pandemia tem sido agressiva. Após uma atitude inicial negacionista do governo de Vladimir Putin, o país abraçou uma agenda de busca pela vacina e por drogas com velocidade criticada por médicos russos e estrangeiros.


No caso da Sputnik V, ela foi registrada em 11 de agosto para uso civil, a primeira do mundo. Na verdade, ela só tinha passado pelas fases 1 e 2 dos ensaios clínicos, indo para a fase 3 agora –Dmitriev diz que há mais de 50 mil voluntários inscritos para os testes.

Publicidade


Nenhum estudo científico havia sido publicado até o dia 4 de setembro. O texto aprovado pela prestigiosa revista britânica The Lancet apontava a eficácia do imunizante, mas ressaltava que faltava ainda a fase 3 para confirmá-lo.


Mesmo o estudo foi alvo de críticas de um grupo de cientistas, que questionou a duplicação de alguns resultados. Os russos responderam ao texto com um novo artigo na mesma revista.


Dmitriev disse à Folha de S.Paulo, na semana retrasada, que as críticas são parte de um jogo político que une governos contrários ao Kremlin e as grandes farmacêuticas, que controlam 80% do mercado mundial.


Seja como for, há um padrão de anúncios que se antecipam a resultados clínicos. Para Dmitriev, isso é justificável dada a emergência da pandemia e pelo fato de a Rússia usar como base medicamentos que já estavam em uso -o favipiravir no caso da droga e o vetor adenoviral humano, no caso da Sputnik.


Ainda assim, há uma certa opacidade nas ações. Na entrevista à Folha, o presidente do fundo revelou que negociava a produção da Sputnik V com parceiros europeus e americanos, além de parcerias conhecidas como as com a Índia ou com os governos do Paraná e da Bahia.

Ele disse que anúncios deveriam ser feitos nas próximas duas semanas. Tal prazo acaba nesta sexta (25), e o fundo informou que as negociações continuam, mas não havia ainda acordos a serem revelados.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade