A ciência conseguiu usar quase todas as partes do corpo humano para identificar uma pessoa: impressões digitais, íris, retina, rosto, batimentos cardíacos. Agora, chegou a vez do cérebro, após pesquisadores anunciarem que conseguiram utilizar as reações cerebrais a determinadas palavras como identificação pessoal.
O neurocientista Blair Armstrong e sua equipe de pesquisadores do Centro Basco de Cognição, Cérebro e Linguagem na Espanha, observaram os sinais emitidos pelo cérebro de 45 pessoas enquanto elas liam uma lista de 45 acrônimos, como FBI e DVD.
O cérebro emite sinais característicos, que os pesquisadores espanhóis chamam de "impressões cerebrais", que assim como as digitais, são únicas em cada indivíduo. Mas como é impraticável registrar os sinais emitidos por todo o cérebro, a equipe de Armstrong decidiu se focar na parte do cérebro relacionada com a leitura e reconhecimento de palavras.
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Nessa região cerebral, os sinais são gerados quando uma pessoa acessa suas memórias semânticas, ligadas ao significado das palavras. Enquanto as memórias episódicas, por exemplo, registram nossas experiências, a memória semântica grava o significado de palavras específicas.
Segundo a revista New Scientist, os cientistas descobriram que os cérebros dos voluntários reagiram de forma diferente a cada uma das palavras. Os sinais cerebrais gerados foram suficientes para definir a identidade dos participantes do estudo com 94% de precisão. Seis meses depois, os testes foram repetidos e os resultados foram os mesmos.
As "impressões cerebrais" ainda não irão substituir as digitais para destravar smartphones. Para obtê-las ainda é necessário que a pessoa esteja ligada a um sistema com eletrodos para que o método funcione.
Mas Armstrong acredita que a técnica poderá ser refinada e torne-se uma alternativa viável para outros tipos de identificação biométrica.
(Fonte infoexame)