Com intuito de trocar experiências sobre como estimular a população a perder peso, o Laboratório de Inovação para o Manejo da Obesidade, parceria entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde, apresentou hoje (3) 24 exemplos de projetos bem sucedidos em redes públicas de saúde de municípios brasileiros. Entre eles, alguns que poderiam ser aplicados de forma simples na maioria dos municípios e que têm pouco ou nenhum impacto financeiro nos cofres públicos.
Um exemplo disso é o Grupo de Controle de Peso – O Peso da Saúde, desenvolvido pelo Núcleo de Apoio a Saúde da Família do município catarinense de Taió, que tem menos de 18 mil habitantes. Segundo Susana Lago, nutricionista do núcleo, o trabalho é feito aliando psicologia com a nutrição.
"Nós percebemos que muitos pacientes estavam desistindo do acompanhamento nutricional sem razões, por falta de motivação, por ansiedade e que esses casos precisavam de psicólogo, mas como a demanda era muito grande resolvemos tratar em grupos". O projeto começou em 2012 e já teve seis edições, cada uma durando três meses e com cerca de 100 pessoas. Em média, nos três meses de grupo, os participantes perderam 6 quilos. "Mas teve o recorde de [um participante perder] quase 16 quilos no mesmo período", conta Susana.
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No grupo a nutricionista dá orientações de uma nova alimentação, com alternativas saudáveis de alimentos que os participantes já costumavam consumir. "Tentamos diminuir o açúcar, a gordura, mostramos formas mais saudáveis de se alimentar". Além disso o grupo faz oficinas para ensinar como preparar os alimentos, tem acompanhamento psicológico, orientações sobre atividade física e, quando necessário, encaminhamento para um grupo de pilates.
Patrícia Jaime, coordenadora Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, ressalta que a obesidade é um grande desafio de saúde pública no Brasil e que, de alguma forma, as 24 experiências exibidas hoje podem servir como exemplo para outros municípios. As experiências podem ser vistas no Portal da Inovação na Gestão do SUS. Além disso, foi lançado hoje uma publicação técnica, NavegadorSUS, que descreve as potencialidades das experiências mostradas hoje.
"A prevalência da obesidade vai aumentando. Se pegarmos os dados do Vigitel, que são os dados que vão mostrando o crescimento de 0,7% na prevalência de obesidade ano a ano, isso resulta em mais ou menos 2 milhões de brasileiros a cada ano ficando obesos", explica, acrescentando que já se sabe que a obesidade é o principal fator de risco para muitas doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão e diabetes.