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Tabagismo prejudica o tratamento do lúpus

Redação Bonde
24 fev 2011 às 16:01

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- Reprodução
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O tabagismo é apontado, hoje, como uma doença crônica gerada pela dependência da nicotina, estando por isso inserido na Classificação Internacional de Doenças (CID10) da Organização Mundial de Saúde, OMS. Os fumantes correm um risco muito maior de adoecer por câncer e outras doenças crônicas do que os não-fumantes.

Principal causa isolada evitável do câncer de pulmão, o tabagismo é também fator de risco para câncer de laringe, pâncreas, fígado, bexiga, rim, leucemia mielóide e, associado ao consumo de álcool, de câncer da cavidade oral e do esôfago. Em comparação com quem não fuma, os fumantes apresentam um risco duas vezes maior de catarata e de duas a três vezes maior de desenvolver a degeneração macular relacionada à idade.

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"Novos estudos revelam agora, que o tabagismo, além de ser um fator de risco para a artrite reumatóide, prejudica o tratamento da artrite e do lúpus", diz o reumatologista Sérgio Bontempi Lanzotti, diretor do Iredo, Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares.

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Três estudos recentes mostram ligações entre o tabagismo e um tratamento menos eficaz da artrite reumatóide, bem como uma maior atividade do lúpus, adicionando itens à lista aparentemente interminável de riscos à saúde relacionados ao ato de fumar.


Dois estudos concentraram-se na ligação entre o tabagismo e a artrite reumatóide, que é uma doença crônica que causa dor, rigidez, inchaço e limitação dos movimentos e da função de múltiplas articulações.

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"Estudos anteriores já haviam demonstrado que o tabagismo é um fator de risco para o aparecimento da artrite reumatóide. Agora, dois grupos de pesquisadores suecos examinaram o papel do cigarro no desenvolvimento da artrite reumatóide e na resposta ao tratamento da doença", explica Sérgio Lanzotti.


O primeiro estudo focado no desenvolvimento da artrite reumatóide envolveu 172 pacientes, principalmente mulheres com idade média de 63 anos de idade, no momento do diagnóstico, que foram incluídos em um inquérito de saúde de base comunitária, realizado entre 1991 e 1996. Os participantes da pesquisa forneceram informações sobre estilo de vida (como dieta, tabagismo e nível de educação formal) e amostras de sangue.

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Após a análise de dados, os pesquisadores descobriram que aqueles que estavam fumando, no momento de realização da pesquisa, apresentavam um risco aumentado de desenvolver artrite reumatóide, quando comparados aos que não fumavam. Os pesquisadores concluíram que, além de induzir o fenótipo imunológico que predispõe à artrite reumatóide, o tabagismo também podem estar envolvido em eventos que desencadeiam a doença.


"A importância deste estudo é o fato de que o tabagismo e o estilo de vida foram analisados, antes do início da doença, confirmando que o ato de fumar é um fator de risco para artrite reumatóide, além de fornecer informações adicionais sobre o impacto do tabagismo sobre os mecanismos de desencadeamento da doença" , diz o diretor do Iredo.

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Outro grupo de pesquisadores suecos debruçou-se sobre a análise do ato de fumar, durante o tratamento da artrite reumatóide. Assim como no primeiro estudo, esta equipe de pesquisadores retirou informações de um estudo sueco de base populacional. Eles analisaram dados de 1.756 pacientes com artrite reumatóide e dividiram as informações em grupos distintos: pacientes que nunca fumaram, pacientes que fumaram no passado e pacientes que ainda fumam (no momento do diagnóstico).


Após análise dos dados, os pesquisadores descobriram que o tabagismo está associado com a não-resposta para o tratamento da doença com o emprego de metotrexato e de terapia anti-TNF. 40% dos participantes que ainda fumavam não responderam ao metotrexato, em comparação a 28%, que nunca havia fumado. No grupo dos pacientes tratados com a terapia anti-TNF, 40% dos pacientes que ainda fumavam não responderam ao tratamento, em comparação a 25%, que nunca fumou.

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"Os resultados indicam que pacientes com artrite reumatóide que fumam têm maior risco de não se beneficiarem com o tratamento da doença", destaca o reumatologista Sérgio Lanzotti.


Tabagismo x lúpus

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O terceiro estudo examinou como o tabagismo pode estar associado com a maior atividade do Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), bem como a maiores danos aos órgãos de pessoas com a doença. "A atividade da doença é uma medida dos sintomas do lúpus, visando a avaliação da resposta imunológica em curso e dos prejuízos e danos que a doença está provocando aos órgãos dos pacientes", explica Sérgio Lanzotti.


O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença inflamatória crônica que pode afetar pele, articulações, rins, pulmões, sistema nervoso, e / ou outros órgãos do corpo. "Os sintomas mais comuns incluem erupções na pele e o aparecimento de artrite, freqüentemente acompanhada de fadiga e febre. A doença acomete principalmente mulheres, entre vinte e trinta anos, em idade fértil", diz o reumatologista.


Pesquisadores americanos analisaram informações de um estudo sobre a qualidade de vida de 216 pacientes com lúpus que haviam sido atendidos no ambulatório de reumatologia de um hospital dos EUA, entre setembro de 2006 e abril de 2008. Estes pacientes eram predominantemente do sexo feminino, afro-americanos, por volta de 40 anos. 15% dos pacientes eram fumantes no momento do estudo.


No grupo estudado, os fumantes apresentaram maior atividade da doença lúpica e mais danos aos órgãos em comparação aos não-fumantes. Os fumantes que apresentaram mais atividade da doença relatavam mais edemas e dores em mais de duas articulações, bem como uma menor resposta imunológica. Entre os fumantes, mais pacientes apresentaram problemas de pele irreversíveis relacionados ao lúpus.

"O estudo incentiva reumatologistas a recomendarem com vigor que os pacientes lúpicos parem de fumar", diz Sérgio Lanzotti (com MW- Consultoria de Comunicação).


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