Uma pesquisa realizada entre março e maio deste ano revelou que o trabalho em pé é nocivo tanto para os funcionários quanto para o empregador. O estudo foi realizado com 2.940 brasileiros e mostra como a perda de produtividade e qualidade no trabalho está ligada às dores nos pés, tornozelos e joelhos.
Com 52 páginas de estatísticas e dados, "O trabalho e a relação com os pés, tornozelos e joelhos" tem Thomas Case, Ph.D. como um dos autores. "Quanto mais horas em pé, mais o ritmo de trabalho cai. As perdas são alarmantes. As mulheres produzem 47% menos e os homens 33% menos" alerta o empresário.
Uma estatística curiosa é a maneira que esses trabalhadores encontram para fugir da dor. A pesquisa identificou que as mulheres buscam sentar até 7 vezes ao dia, enquanto os homens buscam este alívio quase 6 vezes. Conforme o tempo em pé aumenta, mais o fenômeno se repete.
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"As razões das perdas de capacidade são as dores causadas pelo trabalho em pé. O pior é que a longo prazo surgem lesões nos pés, tornozelos e joelhos de milhares de trabalhadores. É necessária a conscientização de que não bastar ter um EPI se os calçados do uniforme massacram os pés" afirma Mateus Martinez, fisioterapeuta-chefe da Pés Sem Dor e co-autor da pesquisa.
Para o especialista, há graves consequências econômicas. "Se a dor fosse eliminada, haveria um aumento de 30% horas, 40% na produtividade com o mesmo número de funcionários" conclui Martinez. Através dos resultados, foi desenvolvida uma palmilha ortopédica específica que pode ser a solução para balconistas, cabeleireiros e funcionários de linhas de produção.