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Transfusão de sangue não é usada em pacientes com hemofilia

Redação Bonde / Assessoria de Imprensa
26 mai 2015 às 15:14

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É muito comum as pessoas associarem transfusão de sangue ao tratamento de pessoas com hemofilia, porém esse procedimento não é mais utilizado no Brasil há mais de 30 anos. O tratamento utilizado é o Fator VIII para a hemofilia A e o Fator IX para a hemofilia B. O Ministério da Saúde (MS) adquire e disponibiliza esses dois medicamentos para as pessoas com a hemofilia e por isso não há mais a necessidade de fazer transfusões de sangue.

Tanto o Fator VIII tanto o Fator IX podem ser produzidos através do plasma humano, que passa por rígidos controles de triagem e inativação viral em sua fabricação e são chamados fatores de coagulação plasmáticos. Estes produtos pró-coagulantes, também podem ser produzidos através de engenharia genética, sem utilizar a matéria prima do sangue e desta maneira podem ser produzidos em larga escala. São os fatores de coagulação recombinantes.

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O fato de algumas pessoas relacionarem a transfusão de sangue à hemofilia também se deve à contaminação por doenças graves de brasileiros ilustres que tinham hemofilia, como o sociólogo Hebert de Souza - o Betinho- que foi contaminado com o vírus HIV na época em que ainda não se sabia da transmissão através do sangue.

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A partir do advento da AIDS, na década de 80, todo o sangue transfundido no mundo, assim como os fatores de coagulação produzidos, passaram a utilizar processos muito rígidos de triagem e inativação viral. Desde 1990 não existem registros de pessoas infectadas por qualquer vírus através dos fatores de coagulação plasmáticos em todo o mundo, o que comprova sua segurança.

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Atualmente, nos casos específicos em que uma pessoa possa precisar de transfusão de sangue, como em cirurgias ou acidentes, este sangue passa pelo teste do NAT, fomentado pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) que identifica todas as doenças virais transmitidas pelo sangue que possivelmente o doador de sangue possa ter, faz a triagem dos doadores, evitando assim que a pessoa que o recebe sofra contaminação não só de AIDS, mas também hepatite B, hepatite C e de outros vírus.


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"A transfusão era um procedimento utilizado quando não havia a fabricação destes medicamentos pró-coagulantes e os pacientes precisavam estancar os sangramentos de alguma maneira. Mas esta realidade está muito distante. Atualmente, o Brasil disponibiliza fatores de coagulação plasmáticos e recombinantes e oferece o tratamento de Profilaxia, que evita os sangramentos e as sequelas por estes provocadas", explica Mariana Battazza Freire, presidente da Federação Brasileira de Hemofilia (FBH).

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O tratamento preventivo, denominado profilaxia, é realizado prioritariamente no domicilio do paciente, mas também pode ser feito nos hemocentros até que o paciente e/ou um familiar aprenda a infusão domiciliar.


"Cada paciente tem uma prescrição de acordo com o tipo e classificação da hemofilia. Os fatores de coagulação não produzidos pelo organismo de quem tem hemofilia são infundidos para prevenir a ocorrência de sangramentos espontâneos e também para tratar sangramentos provocados por traumas. Por isso é necessário que o paciente em casa tenha não somente a quantidade de doses para profilaxia para um mês, mas também três ou quatro doses extras para intercorrências ou acidentes. Os fatores de coagulação são disponibilizados pelos 183 centros de tratamento de hemofilia espalhados pelo País", ressalta Mariana.

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A profilaxia é o único tratamento que permite que adultos e crianças com hemofilia tenham vida plena e possam exercer seu papel como cidadãos, com o exercício de atividades rotineiras como trabalho, escola, pratica de esportes, prática de educação física.


A hemofilia A é a mais comum e representa 80% dos casos e ocorre devido a deficiência do Fator VIII (FVIII) de coagulação no sangue. Já a hemofilia B acontece pela deficiência do Fator IX (FIX). Os casos graves ocorrem quando há menos de 1% de atividade do fator de coagulação, os leves quando há entre 5 e 40% de produção e o moderado quando há entre 1 e 5% de atividade de fator no sangue da pessoa, sendo que uma pessoa normal tem de 50 a 150% de atividade do fator de coagulação no sangue.


Saiba mais:

A hemofilia é uma disfunção crônica, genética e não contagiosa, sendo que 1/3 dos casos ocorre por mutação genética e 2/3 por hereditariedade. Existem dois tipos, que podem ser classificados entre leve, moderada e grave. A hemofilia A, que representa 80% dos casos, ocorre devido à deficiência do fator VIII (FVIII). Já a hemofilia B ocorre pela deficiência do fator IX (FIX).



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