Um levantamento feito pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), nesta segunda-feira (21), apontou que 3.862.627 paranaenses com o esquema vacinal completo, ou seja, com duas doses ou dose única tomadas, não retornaram para a dose de reforço no prazo recomendado pelo Ministério da Saúde. Os dados são da Interface de Programação de Aplicações (API) de Consumo de Dados contidos na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) e são mais fiéis do que o Vacinômetro nacional porque refletem um cruzamento de CPFs, impedindo eventual duplicidade ou atraso na notificação.
Os faltosos estão entre as 8.207.305 pessoas aptas a tomarem o reforço, representando quase 50% desse público. Existe uma prevalência de ausência nas faixas etária de 20 a 34 anos (15,9% vacinados de 20 a 24, 21,39% de 25 a 29 e 27,54% de 30 a 34). Na outra ponta, 81,97% dos que têm entre 70 e 74 e 81,28% dos que têm entre 65 e 69 anos tomaram o reforço.
Em relação às vacinas tomadas, 39,75% dos faltosos correspondem àqueles que receberam o esquema primário com doses da AstraZeneca, 34,43% com Pfizer, 22,38% com CoronaVac e 3,44% com Janssen.
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Há algumas diferenças para os dados públicos do Ministério da Saúde. Segundo o Vacinômetro, 8.952.981 pessoas receberam a segunda dose ou dose única, sendo que 91,68% (8.207.465) correspondem ao registro de doses aplicadas em maiores de 18 anos e 8,32% (744.632) em menores de idade, enquanto 3.968.486 tomaram a dose de reforço, resultando em pouco mais de 4,2 milhões “faltosos”.
A diferença acontece porque o levantamento da Sesa contabiliza apenas os esquemas completos feitos no Estado, desconsiderando aquelas pessoas que tomaram apenas uma dose do esquema primário no Paraná.
“A vacinação é a principal estratégia de prevenção de saúde pública para conter a pandemia da Covid-19, contribuindo para a diminuição do número de mortes e dos casos mais graves da doença, além de permitir a tomada de decisões por parte do Estado, como o uso de máscaras. Por isso, aqueles que estão em falta com esta dose precisam fazer esse reforço”, ressalta o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
A dose de reforço é destinada àqueles que já completaram o esquema vacinal e têm mais de 18 anos, além de gestantes e imunossuprimidos. O intervalo deve ser de quatro meses entre as doses da CoronaVac/Butantan, AstraZeneca/Fiocruz e Pfizer/BioNTech (sendo aplicado a dose de reforço preferencialmente com o imunizante da Pfizer/BioNTech e de forma alternativa AstraZeneca/Fiocruz). Para quem tomou a dose única da Janssen/Johnson&Johnson, o Ministério da Saúde recomenda um intervalo de dois meses com o mesmo imunizante.
“Temos vacinas para atender ao público e precisamos vacinar não só com a segunda dose, que garante proteção completa, mas também com a dose de reforço. Toda semana recebemos vacinas, então, precisamos é que as pessoas se conscientizem da importância desse complemento. Caso seja ultrapassado o prazo, é fundamental que o cidadão procure uma unidade básica de saúde assim que possível”, explica Beto Preto.
Números detalhados
Os municípios com o maior número de faltosos para a dose de reforço são Altamira do Paraná, Nova Cantu, Corumbataí do Sul, Piên, Janiópolis, Guarapuava, Boa Vista da Aparecida, Mamborê e Jundiaí do Sul, todos registraram mais de 70% de ausência da população. Em Curitiba, a taxa é de 45,26%, com 683.672 pessoas acima de 18 anos em falta com a vacina. Londrina (32,20%), Maringá (40,27%), Cascavel (41,69%) e Ponta Grossa (45,56%) registram números acima dos 30%.
Uniflor, situado na área de abrangência de Maringá, teve o menor índice. Das 2.023 pessoas aptas à imunização, 496 estão em atraso (24,52%). Em seguida, estão os municípios de São Pedro do Ivaí (24,58%) e Alvorada do Sul (24,86%).
Recomendação
Desde fevereiro, o Ministério da Saúde recomenda a aplicação da dose de reforço em adolescentes imunocomprometidos, com idades entre 12 e 17 anos. A orientação é de que o esquema primário de vacinação desse grupo deve ser feito com três doses – primeira, segunda e dose adicional – com intervalo de oito semanas entre elas. A vacinação desse público deve ser feita obrigatoriamente com a vacina da Pfizer.
Após a conclusão desse esquema, é recomendada, ainda, uma dose de reforço quatro meses após a terceira dose. Essa orientação já vale para a população adulta, com mais de 18 anos, com alto grau de imunossupressão.