A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 3% dos defeitos congênitos sejam causados pelo uso de medicamentos ou drogas durante a gravidez. Muitos são carregados por toda a vida. O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, faz um alerta às gestantes: "Até as gotinhas de colírio, aparentemente inofensivas, podem afetar o bebê. Em mulheres grávidas a elevação dos hormônios sexuais altera o metabolismo hepático das drogas que ficam mais concentradas na corrente sanguínea. Além disso, nenhum colírio passa por testes com gestantes antes dos lançamentos", esclarece. Por isso, para o FDA (Food em Drugs Administration), agência americana que regulamenta os medicamentos, nenhum tipo de colírio pode ser considerado sem risco para o feto.
Menor troca de oxigênio e nutrientes
Queiroz Neto destaca que alguns remédios prejudicam o bebê pela menor troca de oxigênio e nutrientes entre a mãe e o feto através da placenta. É o que acontece pelo uso abusivo de colírio vasoconstritor para deixar os olhos branquinhos. Isso porque, os vasos sanguíneos da placenta também contraem e a nutrição do feto fica comprometida, esclarece. O oftalmologista afirma que embora esta privação não seja suficiente para o bebê nascer com alguma deformidade, pode refletir na saúde em algum momento da vida. Para a futura mãe, o uso indiscriminado desse tipo de colírio predispõe à catarata precoce, alterações cardíacas e elevação da pressão arterial.
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O especialista destaca que a maioria das gestantes fica com o olho vermelho porque o aumento da produção do estrogênio provoca a síndrome do olho seco. Outros sintomas da síndrome são: sensação de areia nos olhos, visão embaçada e fotofobia. O tratamento pode ser feito com lágrima artificial sem conservante que não prejudica o feto, ou com uma dieta rica em ômega 3. Por isso recomenda incluir no preparo de pães e bolos farinha de linhaça, comer sardinha, salmão, bacalhau e uma castanha do Pará/dia. Isso porque estes alimentos são as principais fontes de ômega 3.
Contração da musculatura uterina
O médico alerta que gestantes portadoras de glaucoma devem passar por reavaliação com um oftalmologista causo utilizam no controle da pressão intraocular colírios análogos de prostaglandina que são contraindicados durante a gravidez. "Este tipo de colírio pode induzir à contração da musculatura uterina e levar à interrupção prematura da gestação", afirma. Já os betabloqueadores, destaca, podem alterar a frequência cardíaca do feto e da mãe. Dos medicamentos para glaucoma o mais seguro para gestantes é o tartarato de brimonidina que não revelou alterações em fetos de ratos segundo relatório do FDA.
O oftalmologista ressalta que a boa notícia é a maioria das grávidas têm diminuição da pressão intraocular durante a gestação, principalmente na segunda metade da gestação por causa do aumento da produção de progesterona e relaxina.
Prevenção
Queiroz Neto afirma que qualquer colírio usado na gravidez pode afetar a saúde do bebê. Por isso, todo cuidado é pouco para não contrair uma conjuntivite.
As principais recomendação para prevenir a contaminação da conjuntiva por vírus ou bactéria são: a lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações, Não compartilhar maquiagem, fronhas e computadores para prevenir a contaminação dos olhos por bactéria ou vírus. Usar colírio antibiótico ou anti-inflamatório pode comprometer a imunidade do feto. "A maioria dos adultos que têm astigmatismo e ceratocone, abaulamento da parte central da córnea, são pessoas alérgicas. A exposição de bebês a antibióticos durante a gestação ou nos primeiros seis meses de vida aumenta a chance de ter quadros alérgicos por toda vida. Todo cuidado é pouco neste período", conclui.