Dos 46 milhões de abortos realizados por ano em todo o mundo, 19 milhões são abortos inseguros, que podem causar risco de vida para a mulher. 70 mil mulheres morrem todos os anos em conseqüência desses procedimentos, de acordo com o relatório "Morte e Negação: Abortamento Inseguro e Pobreza", divulgado nesta quarta-feira (30) pela Federação Internacional de Planejamento Familiar.
A maior proporção de abortos inseguros ocorre nos países pobres, principalmente naqueles onde o procedimento é ilegal. De acordo com o relatório, 78% do total de abortos no mundo ocorrem nos países em desenvolvimento. Dos abortos inseguros, 96% são realizados nestes países.
A África concentra a maior proporção: 58% do total. Na América Latina são realizados 17%, na Ásia 9% e na Europa 5%.
No Brasil
No Brasil, o Ministério da Saúde estima que ocorram 1 milhão de abortos por ano, causando a morte de 180 mulheres. Entidades que lutam pela legalização do procedimento estimam que o número real seja duas ou três vezes maior do que esse.
Nos últimos cinco anos, foram registradas 1,2 milhão de internações no Sistema Único de Saúde por causa de complicações pós-aborto. No ano passado, as curetagens após complicações com tentativas de aborto foram a segunda maior causa de internação na área de obstetrícia, superadas apenas pelo parto normal. Foram realizadas 230.523 internações por este motivo, com o custo de R$ 33,7 milhões.
Já os abortos por questões médicas, realizadas com autorização judicial, somaram 2.068 internações no ano passado, com um custo de R$ 302 mil.