A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou ontem que irá analisar as evidências científicas de que os antiinflamatórios comuns aumentam o risco de problemas cardíacos antes de decidir se altera sua regulamentação.
Uma ampla revisão de dezenas de estudos demonstrou que o diclofenaco - princípio ativo dos tradicionais antiinflamatórios Voltaren e Cataflam, da fabricante suíça Novartis- pode aumentar em 40% os riscos de problemas cardiovasculares, principalmente ataque cardíaco e morte súbita. O diclofenaco também é vendido como genérico no Brasil.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (13) pela edição on-line da revista ''Nature''.
A revisão sobre as pesquisas anteriores, publicada no ''Journal of the American Medical Association'', analisou 23 estudos que envolveram 1,6 milhão de pacientes.
Especialistas entrevistados pela ''Nature'' apontaram o naproxeno como um medicamento equivalente ao diclofenaco que não eleva riscos cardíacos.
Novartis
Após a divulgação do artigo pelo JAMA, a Novartis, fabricante do Cataflan, divulgou nota onde pondera que os resultados são fruto de uma meta-análise, "uma revisão de vários estudos, realizados em diferentes momentos, envolvendo diferentes populações, com diferentes medicamentos". A meta-análise, afirma a Novartis, "não é aceita pelos órgãos reguladores como evidência clínica para suporte de registro de produtos".
Ainda de acordo com o laboratório, a "meta-análise publicada no JAMA está incompleta. Apenas parte dos dados do maior estudo sobre risco cardiovascular associado ao uso de antiinflamatórios tradicionais foi utilizada", e "os dados favoráveis ao diclofenaco não foram considerados para estimativas de risco, fazendo que qualquer conclusão sobre o risco do medicamento seja questionável".
As informações são da Folha de S. Paulo e da Agência Estado