Manchas avermelhadas ou escamas esbranquiçadas na pele, embora possam parecer alergia ou micose, podem esconder um problema bem maior: a psoríase. A doença, crônica e hereditária, se manifesta em homens e mulheres de todas as idades - incluindo crianças.
O problema atinge cerca de três milhões de brasileiros e 2% da população mundial, segundo o Centro Brasileiro de Psoríase (CBP). ''Trata-se de uma inflamação crônica e recorrente das células da pele, provocada por um erro na programação genética. A psoríase provoca aumento exagerado na produção de pele, que se acumula na superfície, formando as escamas, como uma parafina de vela'', explica o dermatologista e diretor do CBP, Cid Yazigi Sabbag.
A psoríase não é contagiosa e quem tem propensão genética ao problema pode ou não desenvolvê-lo. A doença geralmente se manifesta pela primeira vez quando o sistema de defesa do organismo é atacado por bactérias. A partir daí, seu curso é imprevisível. ''As bactérias desequilibram o sistema imunológico do corpo, que desestrutura o sistema imunológico da pele'', conta Sabbag.
Não são apenas as bactérias que desencadeiam o problema. Fungos, vírus, remédios à base de cortisona, estresse e traumatismos na derme são outros fatores que promovem a incidência das manchas. ''O sistema imunológico pensa que é um machucado e vai produzir células. As pessoas acham que é emocional e se esquecem dos outros fatores que, às vezes, são mais importantes'', diz o dermatologista.
As manchas surgem com maior frequência nas áreas da pele em que há mais atrito. ''Começou com uma lesão no joelho e depois apareceu nas mãos'', conta o estudante Eric Augusto Ismael, de 17 anos, que manifestou a doença aos 12.
Outras partes do corpo bastante atingidas são cotovelo, couro cabeludo e nádegas. ''Mas a doença pode acometer qualquer área, inclusive unhas e, mais raramente, o corpo todo'', conta Sabbag. ''Em 30% dos casos, ela afeta as articulações e o tratamento tem de ser feito em parceria com um reumatologista''.