Muitas cesarianas e poucos partos normais. Só no setor privado de saúde cerca de 80% dos partos realizados são por intervenção cirúrgica. Na rede pública de saúde, porém, o índice é menor. No Sistema Único de Saúde (SUS), o número chega a 30% dos partos realizados, acima dos 15% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, esteve ontem (7) no Rio de Janeiro no Seminário de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças, organizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Ele defendeu a necessidade de incentivar os partos normais e qualificar os profissionais de saúde que fazem os partos.
"Essa é uma questão complexa porque não se resolve numa decisão política, ela envolve qualificação, discussão, treinamento desses profissionais que trabalham nas maternidades públicas e privadas", destacou o ministro.
Temporão também defendeu a conscientização das grávidas em torno do parto normal e dos riscos da cesariana. "Também é preciso um trabalho de informação qualificada também com as mulheres, mostrando as vantagens do parto normal em relação à garantia do aleitamento materno e à redução de complicações pós-operatórias, com mais conforto, mais qualidade de vida para a mãe e para o bebê", disse.
O ministro afirmou que um dos desafios da saúde pública é prevenir riscos e doenças, tendo como tema central a redução de cesarianas desnecessárias. Além disso, o ministro defendeu o estreitamento das relações com a ANS.
Segundo Temporão, é preciso construir uma consciência política sobre saúde. A meta para os próximos quatro anos é estimular o parto normal e reduzir o índice de cesarianas de 30% para 25% no SUS, e de 80% para 60% dos partos na rede de saúde privada. (ABr)