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Saiba como se proteger da dengue nos blocos de rua e matinês de Carnaval

Danielle Castro - Folhapress
12 fev 2024 às 12:45
- iStock
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O número de casos de dengue nas primeiras semanas de 2024 já são quase o triplo do mesmo período de 2023 - e esse vai ser um desafio para quem vai curtir o Carnaval neste ano. 


A preocupação principal é com quem vai celebrar ao ar livre e em eventos diurnos, como blocos de rua, trios e matinês infantis, pois o mosquito transmissor, o Aedes aegypti, se alimenta mais nesse horário.

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De acordo com especialistas, os foliões precisam redobrar os cuidados, o que inclui aplicar repelente com frequência ao longo do dia, fantasias com menos pele exposta e preferência por espaços climatizados.

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"Ajuda muito quem estiver em ambiente fechado cerrar as janelas e portas e ligar o ar-condicionado, porque [o resfriamento] contribui para diminuir o metabolismo do mosquito, ele fica menos ativo e pica menos", destaca o médico André Ribas Freitas, epidemiologista e professor da Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic, de Campinas.

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Por meio de nota técnica, a UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) emitiu um alerta para o aumento "de quase 300% nas notificações de dengue" em 2024 em relação ao ano anterior, e que a "taxa de incidência no mês de janeiro se encontra muito acima da média histórica, sendo considerada de alto risco".

A tendência, segundo a entidade, é observada em todo país. Os principais sorotipos detectados em circulação são 1 e 2, ainda que os sorotipos 3 e 4 também venham sendo encontrados, "fato que não ocorria há 15 anos".

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O pediatra infectologista Marcos Junqueira do Lago, assessor da Pró- Reitoria de Saúde e professor titular da UERJ, diz que há, sim, um risco aumentado nesta época do ano. 


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"Neste Carnaval, quem sai por blocos pode contrair dengue porque são eventos na sua maioria diurnos, e mosquito é mais diurno que noturno, a pessoa pode ser picada", diz Lago.

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O pediatra afirma que agora, embora a vacina seja altamente eficaz, a melhor forma de evitar a dengue no Carnaval é o uso de repelente, uma vez que usar roupas compridas (tanto pelo calor quanto pela época de festas) acaba sendo mais difícil.

"A vacina disponível é muito boa, ela protege contra os quatro sorotipos, mas principalmente contra 1 e 2, que são os principais circulando agora. Então vale a pena fazer a vacina, só que para o Carnaval falta tempo para ação da vacina, que seria algo em torno de 5 a 15 dias depois da imunização", aponta Lago.

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A Qdenga é aplicada em duas doses com intervalo de 90 dias entre elas, contendo os quatro sorotipos do vírus e eficácia de 80,2%.

O professor da UERJ lembra que a produção de anticorpos varia de pessoa a pessoa, podendo ocorrer imunização mais cedo em alguns casos, mas que essa é uma questão muito individual. Além disso, a vacina não é liberada no Brasil para menores de 2 anos e maiores de 60 anos.

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Freitas reforça que o risco de transmissão em casa também é alto e que a prevenção deve acontecer em todos os lugares e para todas as pessoas. 


"A pessoa que estiver no domicílio com as janelas abertas tem o mesmo risco de quem está eventualmente do lado de fora. O importante nesse período de alta transmissão da dengue, que está ocorrendo praticamente em todo o Brasil, e durante o dia, quando o mosquito da dengue tem maior preferência para picada, é usar o repelente", diz o epidemiologista.

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De acordo com a nota da UERJ, na hora de escolher o repelente, o indicado é usar aquelas com DEET (N-dietilmetatoluamida), IR3535 ou icaridina -tanto nas partes expostas do corpo quanto sobre as roupas.

Para crianças de 2 a 12 anos, usar concentrações de até 10% de DEET, no máximo três vezes ao dia, e, em menores de 2 anos, aplicar apenas sob orientação médica.

Outra dica é beber água a todo momento (mínimo de 60 ml por quilo ao dia), com ou sem sintomas, uma vez que calor e dengue são ambos fatores presentes neste Carnaval e que levam a quadros graves de desidratação.

Depois de prevenir, é essencial ficar atento a possíveis sintomas de uma infecção já estabelecida. A dengue, segundo Lago, é uma doença que "depende muito da boa condução e da suspeita diagnóstica precoce."

Por essa razão, quem estiver com dor intensa no corpo, febre, dor de cabeça, tontura, sangramentos nasais ou na gengiva e pintas vermelhas na pele deve procurar atendimento médico com urgência.

"Eventualmente, até nem vai ter o diagnóstico de dengue confirmado em um primeiro momento, às vezes não é possível, mas você vai receber a orientação correta de quais remédios, por exemplo, não usar, como ácido acetilsalicílico e anti-inflamatório, que podem modificar a evolução da doença. Tem que ter [também] uma preocupação muito grande com a hidratação, a dengue é uma doença que evolui muito melhor quando você se hidrata bem", diz Lago.

A medida de buscar o pronto atendimento logo contribui ainda para que a pessoa que esteja doente por outras causas graves, como leptospirose ou meningite, tenha mais chances de começar um tratamento eficaz. 


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"[No caso da dengue], se ele procurar o serviço naquele momento, a gente consegue evitar o choque, que é a forma mais grave", avalia Freitas.

Para além dos cuidados pessoais, é recomendado que a população tampe caixas d'água, ralos e pias; higienize bebedouros de animais de estimação; instale telas e mosquiteiros; receba os agentes de saúde do município; descarte pneus velhos somente junto ao serviço de limpeza urbana da cidade ou, se precisar guardá-los, que os mantenha em local coberto.

Vale ainda retirar a água acumulada da bandeja externa da geladeira e bebedouros e lavá-los com água e sabão; limpar as calhas e a laje; colocar areia nos cacos de vidro de muros e nos vasos de plantas; amarrar bem os sacos de lixo; não descartar resíduos sólidos em terrenos abandonados ou na rua; e fazer uma inspeção em casa, pelo menos uma vez por semana, para encontrar possíveis focos de larvas.

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