Cozinhar é a grande paixão de Carla Correia. Não à toa que foi uma das escolhidas para participar do Master Chef Brasil 2015, na Band. Pra ela, uma grande surpresa, já que a filha fez a inscrição sem que ela soubesse. Motivada pela família, a consultora de treinamento comportamental, com 20 anos de experiência na área comportamental, graduada em psicologia, pedagogia e também em Programação Neurolinguística pela Universidade de Miami, transformou-se em uma chef renomada.
Bagagem é o que não falta na vida desta mulher extremamente segura das escolhas que fez e com muitos sonhos. Hoje compartilho com vocês, no blog, um bate-papo super bacana com Carla Correia, que aconteceu durante um almoço especial com jornalistas e convidados promovido pela BPW Londrina e a Menu Escola de Gastronomia.
Especialista em comportamento, Carla revela que entre as inúmeras atribuições no seu dia a dia, ministra treinamentos na área de etiqueta empresarial.
Sem dúvida, ela tem tudo a ver com o blog!
Carla Correia por Carla Correia.....
Elegância
Tem a ver com aquilo que você elege...São comportamentos e atitudes que você elege para fazer parte da sua vida. Eu escolhi a gastronomia como uma forma de demonstrar a minha elegância. À medida que faço uma comida que traz sabores diferentes, até minha vestimenta é diferente. Não é porque eu sou cozinheira que tenho que andar mal arrumada. Tudo tem que fazer parte de um contexto. A gastronomia pode ser extremamente elegante, desde que você saiba como utilizá-la.
Anfitriã...
Eu adoro receber. Independente de ser chef ou não, uma mesa retrata o seu estado de espÍrito, o que você sente pelo seu convidado. O mais interessante é que quando vou a casa de alguém, a primeira coisa que olho é a mesa.
Você pode ter uma mesa absolutamente simples, mas que teve o mínimo de preocupação, um capricho, alguma coisa que diz respeito ao convidado, é super elegante. Devemos pensar no convidado, não só no cardápio. Querendo ou não, as pessoas notam. Sem dúvida, você desperta sentimento bom e tudo se torna mais agradável. Não adianta ter uma comida maravilhosa e uma mesa desconexa, e servir de qualquer jeito.
Isso também tem a ver com a questão da linguística. As pessoas são sinestésicas. Para elas, o aconchego, o paladar, o sabor são uma base da alegria. Uma pessoa visual, observa os detalhes como o posicionamento dos talheres e tem outras que são auditivas, querem e gostam do copo de cristal para fazer o barulho perfeito.
Regras....
Acho que existem algumas coisas nas regras de etiqueta que são obsoletas e que no mundo de hoje não valem... A primeira delas é não cortar a alface. Fui pesquisar porque não podia cortar alface e descobri que os talheres eram de prata e em contato com o vinagre ficavam escuros, por isso antigamente não era legal essa atitude. Outra coisa, é o fato de dividir a conta. Hoje no mundo em que vivemos temos, sim, que dividir a conta, não acho isso indelicado.
Deselegante...
Quer coisa mais feia do que você comer à mesa num lugar lindo e não sair do celular. Então porque não ficou em casa se tanto faz o lugar que você está?Fique em casa comendo marmitinha. Houve toda uma preocupação das pessoas criarem um ambiente propicio. É muito deselegante ficar no celular..
Outra coisa que considero deselegante é o fato das pessoas não prestarem mais atenção no início e no fim da refeição. O prato chega e já começam a comer e o outro fica esperando. Está tudo muito individual... Acho que precisava ser mais coletivo.
Gafe...
Colocar o cotovelo sobre a mesa e palitar os dentes... como diz uma consultora de etiqueta famosa no Brasil, "Por falta de um bom dentista, às vezes, tem pessoas que precisam usar o palito de dente, porém que isso seja no seu banheiro, e de luz apagada'.
Uma frase...
Elegância é um estado de espírito... Conheço muita gente que usa calça jeans e camiseta e é absolutamente elegante e têm pessoas que estão de grifes do cabelo até o dedo do pé e não são elegantes, só morrendo e nascendo de novo.
Um livro... Outliers ( 'Fora de Série'), do Gladwell Malcolm
Um sonho...
Ter meu restaurante pé na areia com o meu marido.
Mulher...
Que cada vez mais consigamos ser protagonistas das nossas histórias. Não sei se quero igualdade, não sei se quero diversidade, mas o que acho interessante é sermos autênticas e que trilhemos o próprio caminho
Fotos: Karine Pinto