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Estamos em greve

17 jun 2009 às 14:50
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Os jogadores do Londrina estão de greve.
Eles não recebem há dois meses.
Não aguentaram mais as promessas não cumpridas do presidente Peter Silva e cruzaram os braços.
Não aguentaram mais dar desculpa para seus credores.
Os pais que pagam pensão não aguentavam mais dar desculpas para as ex-mulheres e para os oficiais de justiça.
A diretoria agiu rápido.
Não, não pagou os salários.
Cancelaram o jogo-treino que seria realizado nesta quinta-feira contra o Assisense no VGD.
Era melhor dar um desculpa e dispensar o adversário do que ver a repercussão caso os jogadores se recusassem a jogar.
Peter Silva está no Rio de Janeiro desde terça-feira. Teria ido tentar arrumar dinheiro para pagar as dívidas e acompanhar os julgamentos no STJD referentes ainda àquela denúncia contra Cianorte, Engenheiro Beltrão e Rio Branco, para tentar ficar na Primeira Divisão.
A que ponto chegou o Londrina.
E o pior é que o clube tem um Conselho Deliberativo inoperante, formado por gente da situação apenas e que faz vistas grossas aos problemas do clube, cada vez mais cabeludos.
Assistem a tudo passivamente sem mexer um dedo seja para cobrar, seja para ajudar, seja pro que quer que seja.
Londrina é a terceira cidade do Sul do Brasil.
Tem grandes empresas e empresários, tem ministro forte, tem deputados, tem senador, tem jogadores influentes na Europa e ex-jogadores ainda mais influentes. Ingredientes de sobra para se dar as mãos e montar uma puta equipe na cidade.
Há divulgação melhor do que conquistas esportivas?
Porém, ninguém quer saber do clube.
Por quê?
Qual seria o motivo?
Por que todos dão de ombro para o Londrina?
Será que essa indiferença da cidade é com o clube, com a instituição ou é com quem ela dirige?
Acho que a segunda opção é mais plausível.
Difícil achar alguém na cidade que não tenha um mínimo de carinho pelo Tubarão.
Por mais que esteja judiado, jogado às traças, que tenha sido sacaneado, humilhado, desrespeitado, o clube ainda mora no coração dos Londrinenses.
Mas, assim como se castiga um filho quando necessário, o clube é penalizado para pagar pecados de pessoas que por lá passaram.
Quando o presidente Peter Silva diz que a marca Londrina Esporte Clube é forte, ele tem razão.
O problema está em quem vai oferecer essa marca.
Ela enfraquece.
O próximo passo após a greve é a debandada.
O técnico Gilberto Pereira não aguenta mais segurar o rojão. Não sei aguentará mantê-lo nas mãos até o próximo dia 5, quando o clube estreia na Série D do Brasileiro.
A única exigência que ele fez para aceitar convite do Londrina foi justamente que o clube não atrasasse os salários de seus atletas.
A única promessa feita não foi cumprida.
Ah, antes que venham com aquele discurso batido eu me antecipo: a culpa da imprensa, ou melhor, de parte dela.
Aquela parte que insiste em mostrar que administrar um clube não é apenas fazer promessas mirabolantes, impossíveis de serem cumpridas, mas que rendem boas fotos nos jornais.
Não daquela que gosta de um tapinha nas costas.
Acho que também vou fazer greve.


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