Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade

A caneta de dez cores

19 jan 2011 às 19:50

Compartilhar notícia

siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Por João Paulo da Silva

Alfredo lia o jornal quando o filho de seis anos se aproximou com uma caneta na mão e disse:

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


- Pai, quero outra caneta. Esta não funciona mais.

Leia mais:

Imagem de destaque

PROTESTO CONTRA ABUSO NO PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS

Imagem de destaque

Destaques da semana que se foi....

Imagem de destaque

Recicladores ganham corte de cabelo durante Expo Londrina

Imagem de destaque

A saúde em Londrina - CAOS


- Amanhã eu compro, filho. – respondeu sem tirar os olhos do jornal.

Publicidade


- Mas tem que ser igual a do Maurício.


- Por quê?

Publicidade


- Porque ela é grande, bonita e tem dez cores.


- Dez cores?! – assustou-se.

Publicidade


- Isso mesmo, pai. Dez cores.


Alfredo fechou o jornal, coçou a barba, olhou tristemente para o menino e falou:

Publicidade


- Desculpe, filho. Deve ser muito cara. Eu não posso comprar.


- Por quê?

Publicidade


- Porque nós somos pobres.


- Mas só nós?

Publicidade


- Não, filho. Um montão de gente também é.


- Poxa! É ruim ser pobre.


- É, filho. Se é.


- Por que é que o pai do Maurício pode comprar a caneta?


- Ele deve ser rico.


- Existe muita gente rica?


- Acho que sim, filho.


- Mais do que pobres?


- Com certeza que não.


O garoto calou-se por um instante, parecia estar submerso nos próprios pensamentos. Olhou intrigado para o pai e perguntou:


- Por que é que as coisas são assim?


- Assim, como?


- Uns podem ter. Outros, não. Uns são ricos e outros são pobres. Por quê?


Alfredo pensou, coçou novamente a barba e respondeu:


- São as regras, meu filho.


- Regras?


- Sim. Esse mundo em que vivemos tem suas regras. São elas que dizem o que a gente pode ou não fazer.


- Também são elas que dizem quem é pobre e quem é rico? – quis saber o menino.


Alfredo balançou a cabeça numa afirmativa.


- Não gosto das regras, pai.


- Eu também não, filho. Eu também não.


Fez-se um curto silêncio e, então, o menino disse:


- Sabe o que é que eu acho, pai?


- O quê?

- Todo mundo deveria ter canetas de dez cores.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo