Preso pela Interpol na manhã desta quinta-feira, 27, em Barcelona, na Espanha, Guilherme Longo - acusado da morte do enteado, o menino Joaquim Pontes Marques, de 3 anos, em 2013 - está em uma carceragem e será mandado de volta ao Brasil até sábado, 29. O homem, que vinha sendo monitorado a pedido de autoridades brasileiras, foi localizado na casa de um amigo. Segundo o Ministério Público, Longo fugiu usando documentos falsos e não resistiu à prisão ao ser abordado.
Denunciado por homicídio triplamente qualificado, cuja pena pode chegar a 30 anos de prisão, Longo era um dos homens mais procurados do Estado. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo oferecia recompensa de até R$ 50 mil a quem desse informações sobre o suspeito.
O crime teve grande repercussão na época. Longo e a mãe da criança, a psicóloga Natália Ponte, chegaram a ficar presos após o assassinato. Ele, porém, fugiu em setembro do ano passado, depois de conseguir um habeas corpus para aguardar ao julgamento em liberdade. Segundo o promotor Marcos Túlio Nicolino, após a fuga, que durou sete meses, ele teria ficado um tempo escondido na Grande São Paulo.
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Depois, ele teria saído do Brasil, via Paraguai, usando documentos falsos e o passaporte de um primo que reside em Florianópolis (SC). Mas investigações apontaram sua fuga para a Espanha. "Fizemos um pedido formal para que seu nome fosse incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, e ele passou a ser monitorado na Espanha", contou o promotor.
No período em que Longo ficou foragido, o pai biológico de Joaquim, Arthur Paes, fez campanha para localizá-lo. Chegou a instalar outdoors na região de Ribeirão Preto.
Ao chegar ao Brasil, Longo será encaminhado ao presídio de Tremembé, no interior paulista, onde deverá aguardar pelo julgamento, ainda sem data definida. Ele estaria na Espanha há poucos dias e ainda procurava um lugar para morar.
Histórico
Segundo as investigações, Joaquim foi vítima de uma dose excessiva de insulina, aplicada pelo padrasto. Seu corpo foi jogado no rio, perto de sua casa em Ribeirão. O acusado inicialmente negava o crime, mas depois confirmou à uma emissora de TV. Em seguida desmentiu e alegou ter inventado a história porque teria ganhado dinheiro para conceder a entrevista. Entretanto, em outra reviravolta antes da fuga, deixou uma carta na qual novamente deu a entender que teria matado o enteado.