Documento apreendido pela Polícia Federal, que mostra a suposta divisão de recursos no Distrito Federal, foi escrito pelo governador José Roberto Arruda (sem partido), conforme perícia feita a pedido da revista "Época" por Ricardo Molina, perito e professor da Universidade de Campinas. As anotações integram o processo contra Arruda no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
De posse do papel, Molina concluiu que, apesar da "limitação do material, tanto em quantidade quanto em qualidade (resolução)", as anotações foram feitas por Arruda. "Podemos afirmar que, com mínima possibilidade de erro, a escrita questionada foi produzida pelo punho escritor do governador José Roberto Arruda", escreveu Molina no laudo divulgado hoje.
O texto manuscrito foi apreendido na casa de Domingos Lamoglia, chefe de gabinete do governador de Brasília, José Roberto Arruda, até outubro de 2009, e ex-conselheiro do Tribunal de Contas do DF. Apesar disso, o perito descartou a possibilidade de as anotações terem sido feitas por Lamoglia.
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"Há uma série de divergências significativas entre a escrita questionada e os padrões de Domingos Lamoglia. Tais divergências são sistemáticas e não podem ser atribuídas a variações livres intra-subjetivas", concluiu Molina.
Na folha apreendida pela PF, nomes e valores estão divididos em duas colunas intituladas "pessoais" e "política". Na coluna "pessoais" aparece o nome "Severo" com o valor de 450 ao lado. A PF, de acordo com a revista "Época", suspeita que seja uma referência a Severo de Araújo Dias, no papel dono do haras Sparta.
A polícia investiga se Arruda é o verdadeiro proprietário do haras. Em depoimento ao Ministério Público, Durval Barbosa, ex-secretário do governo Arruda, afirmou que a propriedade foi comprada pelo governador para presentear a esposa, Flávia Arruda.