Policiais do Batalhão de Choque e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), após a invasão do quartel central dos bombeiros, no centro do Rio de Janeiro, ocorrida às 6h05 da manhã deste sábado (4), acuaram parte dos manifestantes, forçando-os a se posicionar próximo ao portão da frente, já que a invasão ocorreu pelos acessos do fundo.
Dois helicópteros da Polícia Militar (PM) ainda sobrevoam a região. A cavalaria faz o cerco junto aos acessos tanto da frente como dos fundos para evitar que os bombeiros que estavam do lado de fora no momento da invasão entrem no pátio. Boa parte dos bombeiros já deixou o pátio em razão do gás que tomou conta do local.
Os tiros ouvidos por quem estava fora do quartel eram todos de festim, mas assustaram os manifestantes, que também foram enfrentados com bombas de efeito moral. Muitos dos bombeiros, ironicamente, aplaudiram a ação do policiamento ostensivo que invadiu o quartel. Um grupo realizou uma caminhada no entorno do pátio gritando palavras de ordem.
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Crianças e esposas dos manifestantes foram para salas localizadas no segundo andar do prédio, onde o gás lacrimogêneo não teria chegado. Três supostos líderes do movimento deixaram o pátio detidos e teriam sido encaminhados para a sede do Batalhão de Choque.
Uma nota da Secretaria Estadual da Fazenda afirma que essa manifestação dos bombeiros foi um "gesto de radicalização" e que é o governo que espera uma contraproposta salarial dos bombeiros e não o contrário. A nota da Fazenda ainda cita os números relativos ao impacto do aumento salarial exigido pela corporação, que quer salário inicial de R$ 2 mil. Um soldado dos bombeiros recebe atualmente R$ 950,00 no início de carreira.
Invasão do quartel
Cerca de 1.300 bombeiros mantêm ocupado o quartel central da corporação no Rio localizado na Rua Visconde do Rio Branco, no centro da capital fluminense. Às 2 horas desta madrugada eram pelo menos mil pessoas no pátio do quartel e outras 300 do lado de fora. Mulheres e crianças, parentes dos manifestantes, engrossam a ocupação que ocorre desde o início da noite de sexta-feira, 3.
Os bombeiros reivindicam aumento salarial e melhores condições de trabalho. Eles afirmam que o salário inicial de R$ 950,00 é o menor da categoria em todo o país e exigem um salário de no mínimo R$ 2 mil para soldados que iniciam a carreira. Os invasores condicionam a presença de algum representante do governo para desocuparem o quartel. Por volta das 19 horas, o portão de entrada do quartel foi arrombado pelos bombeiros. Um coronel do Policiamento de Choque da Polícia Militar teve uma das mãos quebradas ao tentar impedir a invasão.
Antes da invasão do quartel, os bombeiros realizaram passeata pelas ruas do centro do Rio e tomaram a frente da Assembleia Legislativa. O trânsito ficou caótico para quem voltava para casa depois de um dia de trabalho. Vias importantes, como rua 1º de Março, avenida Presidente Vargas e avenida Rio Branco, foram tomadas pelos manifestantes, que durante todo o tempo foram acompanhados de perto pelo policiamento ostensivo.