O presidente Michel Temer discutiu em reunião com dirigentes da Caixa Econômica os contratos de empréstimos do banco aos Estados e municípios. A concessão desses financiamentos pela Caixa e também o Banco do Brasil (BB) está provocando uma ciumeira entre os governadores e é moeda de troca de apoio político para aprovação da reforma da Previdência.
O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, antecipou ao Estadão/Broadcast que o banco vai liberar cerca de R$ 2 bilhões em empréstimos a Estados e municípios. Segundo ele, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB), ficará responsável por fazer a interlocução com Estados e municípios para definir a liberação.
"Construímos um calendário de datas e agendas para liberação. O que estiver possível de ser liberado vai se manter contato com os Estados para construir uma agenda ainda este mês. O ministro Marun vai tocando isso", disse Occhi após reunião com Temer. Ele não revelou que Estados e municípios terão seus recursos liberados.
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A Caixa só vai poder aumentar essas operações depois que for concretizada a operação de capitalização de R$ 15 bilhões com recursos do FGTS. A operação foi aprovada em lei, mas precisa ainda do aval do Conselho Curador do fundo. O Banco do Brasil também está fazendo operações de empréstimos aos Estados. Um empréstimo de R$ 600 milhões ao governo do PT da Bahia concedido pelo BB provocou desgaste dentro da base do governo.
Em entrevista coletiva no final de dezembro, Marun admitiu que o governo usará a liberação de empréstimos para pressionar governadores e prefeitos a trabalharem a favor da aprovação da reforma da Previdência. A declaração levou governadores do Nordeste a enviarem carta aberta a Temer protestando contra o ministro.