Com uma população de mais de 213 milhões de habitantes distribuídos em 5.570 municípios, o Brasil é um gigante emaranhado de realidades, contextos e desigualdades.
Formular políticas públicas que atendam às especificidades de cada região, portanto, não é tarefa fácil e, só tem sentido, se as particularidades de cada local forem levadas em conta.
Nos grandes centros o trabalho geralmente é mais assertivo, já que as fontes de pesquisa e levantamento de informações são mais estruturadas e estão próximas. Logo, quanto menor a cidade ou região, maior o desafio de se encontrar dados disponíveis.
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De acordo com números de 2021 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 96% dos municípios brasileiros – ou seja, 5.379 – têm menos de 150 mil habitantes e concentram 50% da população.
“É sabidamente mais difícil, muitas vezes, conseguir informações específicas sobre a realidade de cidades menores, já que o foco dos levantamentos acaba sendo os grandes centros urbanos, com todas as suas complexidades. Por outro lado, é urgente um olhar mais apurado para essa metade da população brasileira”, aponta o geógrafo Marcelo Barbosa.
Foi apostando nesse território ainda pouco desbravado que o casal de empreendedores Ariane Marques – química, especialista na área de marketing da indústria automotiva e voluntária no grupo de Mobilidade Humana da SAE Brasil – e Tobias Hückeholfen – administrador, fotógrafo e videomaker alemão, vivendo na América do Sul há quase 10 anos e trabalhando em áreas como marketing e logística – fundaram o “Observatório da Mobilidade”.
A bordo de uma van, eles estão percorrendo o país, desde outubro, e devem registrar dados de ao menos 40 cidades pelo interior de 24 estados brasileiros, criando uma amostragem consistente de realidades econômicas e sociais diversas e buscando informações que nunca foram analisadas e consolidadas.
Na Folha de Londrina, saiba mais sobre esta jornada.