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Operação Lava Jato

Cerveró segue estratégia de advogados e fica em silêncio em depoimento à PF

Agência Estado
28 jan 2015 às 21:48

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O ex-diretor de Internacional da Petrobras Nestor Cerveró seguiu a estratégia traçada pelos advogados de defesa e permaneceu em silêncio no depoimento realizado na tarde desta quarta-feira, 28, na sede da Polícia Federal em Curitiba. "Ele entrou mudo e saiu calado", disse à reportagem um integrante da PF.

Apesar de ter ficado calado, Cerveró teria sido questionado, por cerca de 2h, por um delegado federal a respeito dos possíveis desvios ocorridos na Petrobras, investigados pela força-tarefa Lava Jato.

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A orientação de não responder às perguntas é uma nova estratégia da defesa traçada nesta semana. De acordo com o advogado do ex-diretor, Edson Ribeiro, Cerveró também permanecerá calado em eventuais novos interrogatórios. "A orientação é de que ele fique calado enquanto não for julgada a suspeição do juiz Sérgio Moro pelo Tribunal Regional Federal", afirmou Ribeiro antes da oitiva.

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A defesa de Cerveró ingressou com petição junto à Justiça Federal alegando que o juiz Sérgio Moro, responsável pela condução dos processos no Paraná, não teria competência para dar prosseguimento no julgamento do envolvidos no esquema de desvio ocorrido na Petrobras. Não há previsão de quando poderão ser julgadas as petições.

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"Não quero legitimar nada no Paraná. Temos duas exceções: uma de competência e outra de suspeição. Enquanto o tribunal não se pronunciar sobre isso, Nestor Cerveró não falará mais. Sobre nada", ressaltou Ribeiro.


Entre os argumentos apresentados pelo advogado contra Sérgio Moro está o de que a investigação foi realizada na Petrobras, que tem sede no Rio de Janeiro. A defesa também afirma que Moro em ação anterior se autodeclarou suspeito para processar e julgar Alberto Youssef, considerado como peça-chave do esquema de desvios ocorridos na Petrobras.


Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema de desvios bilionários na estatal, Nestor Cerveró foi preso no último dia 14 após desembarcar no Rio de Janeiro. De lá para cá, ele chegou a prestar depoimentos junto à força-tarefa responsável pela condução das investigações da Lava Jato.

Em um deles, ocorrido no dia seguinte à prisão, Cerveró afirmou que a compra dos navios-sonda de perfuração marítima, que teriam sido alvo de propina de US$ 30 milhões segundo a força-tarefa da Operação Lava Jato, foi feita "fora de procedimento licitatório" e aprovada pela Diretoria Executiva da estatal, "composta por seis diretores e o presidente, a quem cabe examinar a compra de equipamentos e construção de refinarias e gasodutos".


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