Equipes de busca localizaram o corpo de Eracildo Assmann, de 56 anos, em um riacho do interior de Arroio do Tigre, na região central do Rio Grande do Sul, nesta quinta-feira (3). Ele havia sido visto pela última vez no sábado, dia 28, quando o automóvel em que trafegava em companhia de Paula Thom, de 23 anos, foi levado por uma enxurrada. O veículo foi encontrado na quarta-feira (2).
A jovem ainda está desaparecida. Essa é a segunda morte provocada pelas enchentes da semana passada no Estado. Em Jacutinga, no norte, o corpo de José Lindomar da Silva, de 40 anos, levado pela correnteza de um arroio na sexta-feira (27) foi encontrado na quarta-feira.
A enchente deste inverno é uma das maiores da história do Estado e foi causada pela mesma umidade que se deslocou da Amazônia para o sudeste do continente e provocou chuvas torrenciais em todo o Paraguai, no nordeste da Argentina, no oeste de Santa Catarina e noroeste do Rio Grande do Sul durante a semana passada. Tomando-se como fonte informativos de órgãos públicos e noticiário da imprensa de cada país afetado, o número de desabrigados chegou a um total de 320 mil no pico, no final de semana, com 231 mil no Paraguai, 75 mil no Brasil e 14 mil na Argentina.
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Mesmo que a chuva tenha parado ainda no domingo, o total de desabrigados continuou subindo até a manhã desta quinta-feira no Rio Grande do Sul, quando chegou a 21.928, segundo boletim da Defesa Civil. Depois, durante o dia, recuou para 15.092. A variação é explicada pelo fluxo das águas. Na parte alta da bacia do rio Uruguai, na divisa com Santa Catarina, os rios estão voltando aos seus leitos normais, permitindo que os moradores atingidos retornem para suas casas. Ao mesmo tempo, o grande volume de água corre para a foz, e vai fazendo o rio invadir cidades da fronteira com a Argentina.
Um dos primeiros municípios atingidos na região, São Borja, passou a conviver com a expectativa de se livrar do problema. O Uruguai parou de subir e o número de desabrigados se manteve nos mesmos 2.900 de quarta-feira. Em Itaqui, a situação também não se alterou, com 9.780 desabrigados e rio tendendo a estabilizar para depois baixar. Já em Uruguaiana, mais ao sul, o rio continuou subindo e o número de desabrigados também, de 700 na quarta-feira para 1.041 nesta quinta-feira. Desde o início da enchente, dois municípios - Iraí e Barra do Guarita - decretaram estado de calamidade pública e outros 42 decretaram situação de emergência. O Rio Grande do Sul tem 497 municípios.
Nos próximos dias a temperatura estará em elevação, podendo chegar 28 graus neste sábado, e a chuva volta ao Rio Grande do Sul. O 8º Distrito de Meteorologia emitiu aviso especial informando que as condições meteorológicas serão favoráveis à ocorrência de chuva, moderada a forte, trovoadas, queda de granizo e rajadas de vento com velocidade de até 90 quilômetros por hora em áreas isoladas do Estado nesta sexta-feira (4). O tempo passa a nublado com pancadas de chuva e trovoadas no sábado (5) e domingo (6).