O escritor e crítico literário Wilson Martins morreu sábado à noite, dia 30, aos 88 anos, no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba. Ele estava internado desde o dia 20 de janeiro e na última terça-feira passou por uma cirurgia para retirada da bexiga e da próstata por causa de um câncer.
De acordo com o médico Marcelo Bendhack, devido à idade avançada, Martins teve dificuldades cardiovasculares no pós-operatório e acabou não resistindo. Em novembro do ano passado, o escritor já havia sido submetido a uma operação devido ao tumor na bexiga. O corpo de Wilson Martins foi velado hoje na capela do Cemitério Luterano, em Curitiba, e será cremado nesta segunda-feira, dia 1º.
Radicado em Curitiba nas últimas décadas, Martins nasceu em São Paulo em 3 de março de 1921. Foi juiz de direito, professor de língua e literatura francesa na Universidade Federal do Paraná, professor de literatura brasileira nos Estados Unidos, e crítico literário. No período em que viveu nos Estados Unidos, lecionou nas universidades do Kansas, de Wisconsin e de Nova York. Passava três meses por ano no Brasil, período em que conciliava férias e pesquisas. Entre suas obras, estão "História da Inteligência Brasileira", "A Crítica Literária no Brasil", "Um Brasil Diferente" e "A Palavra Escrita".
Leia mais:
Maior presente de Natal virá da cultura, diz Selton Mello sobre 'Compadecida 2'
Brasil está perto de alcançar a meta de vacinação contra o vírus HPV
Saúde incorpora cinco procedimentos contra câncer de mama no SUS
Após polêmica, Marinha anuncia concurso com 800 vagas
Com suas obras, Martins ganhou alguns dos principais prêmios literários nacionais, com o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro e o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras.
No jornal "O Estado de S. Paulo", estreou como crítico literário em 18 de janeiro de 1945, com o texto "Uma obra notável do professor Artur Ramos". Exerceu o cargo na publicação até 1974. Foi colaborador de outros periódicos, como o "Jornal do Brasil". A percepção sobre a obra de Martins não era unânime. Houve quem o considerasse o maior de todos os críticos, quem avaliasse que ele não compactuou com ideologias e autores e quem o considerasse reacionário.