Os apartamentos da Vila dos Atletas, construídos em parceria pelas construtoras Carvalho Hosken e Odebrecht para abrigar os atletas que participaram da Olimpíada e Paralimpíada Rio 2016, estão passando por uma "rearrumação", disse à Agência Brasil o diretor de Marketing da Carvalho Hosken, Henrique Caban.
"[A reforma] é para completar coisas que não foram feitas", informou ele. Os banheiros, por exemplo, que foram adaptados para atletas cadeirantes, estão sendo refeitos. Os imóveis terão que passar ainda por uma segunda pintura e têm entrega prevista a partir de junho.
Caban disse que os atletas paralímpicos usaram apenas 20 dos 31 prédios da Vila, ocupando até o 12º andar de cada um. Todos os 3,604 mil apartamentos da área estão sendo arrumtados. O diretor observou, entretanto, que o mercado está parado. Daí as obras seguirem em ritmo lento. "A nossa pauta de pressa está no mercado. O mercado está parado; está oferecendo 30% a 40% de abatimento e não vende nada. Não adianta a gente correr muito, porque vai só gastar dinheiro", afirmou Caban.
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Negociação com a Marinha
A Carvalho Hosken está conversando com várias instituições, como a Marinha do Brasil, para ver a possibilidade de venda dos imóveis para servidores. Não há nada concreto por enquanto, ressaltou Caban, que adiantou que a venda poderá ser financiada pela Caixa Econômica Federal (CEF). O assunto está sendo tocado pela diretoria comercial da construtora.
O diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha, contra-almirante Flávio Augusto Rocha, confirmou que a Caixa de Construção de Casas para o Pessoal da Marinha tem mantido tratativas com algumas construtoras, "inclusive com a Carvalho Hosken , no que tange aos imóveis (da Vila dos Atletas), com o objetivo de facilitar a aquisição da casa própria pelos integrantes da Força".
Já a assessoria do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, desmentiu notícia de que o Executivo municipal estaria negociando para que os servidores da prefeitura comprassem parte dos imóveis da Vila. "Não existe nenhum projeto nesse sentido", garantiu a assessoria.
CEF financia
A construção da Vila dos Atletas foi financiada pela Caixa Econômica. O empréstimo alcançou R$ 2,4 bilhões. O diretor da Carvalho Hosken informou que, no contrato de construção, há compromisso da Caixa de financiar a venda para o proprietário definitivo.
Procurada pela Agência Brasil, a CEF informou que o financiamento para a construção é considerado "operação de mercado e as informações são protegidas por sigilo bancário". O banco esclareceu que os imóveis estão em fase de realização de obras de 'retrofit', visando a "transformação do modo olímpico para o modo de entrega aos adquirentes".
Como era dona do terreno onde foi construída a Vila dos Atletas, a Carvalho Hosken "entrou como permutante". Dos 3.604 mil apartamentos, 720 pertencem à Carvalho Hosken e o restante à Sociedade Construtora Ilha Pura, sendo metade dos imóveis da Odebrecht e metade da Carvalho Hosken. "Os [nossos] 720 apartamentos estão quitados, não devem nada à Caixa. É como se tivessem pago o terreno", destacou Henrique Caban.
O terreno onde foi construída a Vila dos Atletas está avaliado em cerca de R$ 150 milhões e representa um terço do total do novo bairro, conhecido como Ilha Pura. O valor dos apartamentos, de dois, três e quatro quartos, está avaliado em torno de R$ 8 mil o metro quadrado. Os imóveis têm áreas que variam de 70 a 170 metros quadrados.