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Combate às chamas

Incêndio intenso e constante faz governo criar gabinete de crise

Agência Estado
05 abr 2015 às 09:09

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- Corpo de Bombeiros da PMESP
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O combate ao incêndio em quatro tanques da Ultracargo/Tequimar, em Santos, litoral sul de São Paulo, permanece intenso e constante. O Corpo de Bombeiros conseguiu chegar mais perto dos tonéis em chamas e já iniciou o enfrentamento direto ao fogo. A informação foi confirmada neste sábado (4) pelo vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), e pelo prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB). De acordo com o prefeito, a cidade de Santos pediu ajuda ao governo federal e também à Petrobras.

Uma das providências foi o envio de caminhões da estatal com uma espuma específica para este tipo de trabalho. "Quatro já estão aqui e mais três estão a caminho", diz Barbosa, que enfatizou ser prioridade a segurança da população.

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Márcio França ressaltou que um gabinete de crise foi criado para integrar as ações, com participação do próprio vice-governador, dos secretários Saulo de Castro (Governo), José Roberto Rodrigues de Oliveira (Casa Militar), Alexandre de Moraes (Segurança Pública) e Patrícia Iglecias (Meio Ambiente), o comandante do Corpo de Bombeiros Marco Aurélio Alves Pinto, e o subsecretário de Comunicação, Marcio Aith.

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Uma equipe com 93 homens do Corpo de Bombeiros se reveza no combate às chamas e no resfriamento dos tanques, para evitar que o fogo se propague. Além disso, brigadistas da Ultracargo, da Petrobras e homens do Pan (Plano de Auxílio Mútuo, brigada formada por funcionários de todas as empresas da Alemoa) trabalham para estancar o fogo.

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Inertização


Durante a coletiva, Paulo Alexandre Barbosa atualizou as informações sobre o incêndio e informou que as equipes já conseguiram fazer a inertizaçao em três ou quatro tanques com um solvente mais agressivo. O material está distante dos tonéis em chamas, mas oferece maior perigo inclusive para o meio ambiente se pegar fogo. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Ultracargo.

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No início da tarde deste sábado, mais um tonel com gasolina pegou fogo, somando aos outros quatro atingidos pelo incêndio. Os bombeiros evitam fazer previsões sobre o fim dos trabalhos.


Desde o começo do incêndio, às 10h de quinta-feira, mais de 200 homens, com o uso de aproximadamente 40 viaturas e apoio da embarcação Governador Fleury, mantiveram o combate constante, com água e espuma, para resfriar a área. Segundo a corporação, a temperatura, que chega a 800ºC, impede o combate efetivo às chamas, porque a água evapora antes de chegar aos tonéis. Além disso, há o risco permanente de ignição espontânea do combustível.

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Fumaça


Em determinados momentos do dia, o vento empurrava o fogo para tonéis ainda não atingidos. A área fica próxima ao Porto de Santos e da Rodovia Anchieta e a coluna de fumaça, vista à distância, preocupa a população. Nas redes sociais, moradores da região, principalmente dos bairros Jardim Piratininga e Vila dos Pescadores, questionavam a ausência das autoridades e pediam explicações. Em muitos pontos das cidades de Santos e São Vicente, é possível sentir cheio de queimado.

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No começo da manhã deste sábado, a nuvem de fumaça estava aparentemente menor e já não era vista de longas distâncias, mas voltou a ganhar força. Caminhões-pipa da Sabesp estão no local para garantir a continuidade dos trabalhos caso ocorra algum problema no abastecimento feito pela embarcação Governador Fleury, que está transferindo água do mar para as viaturas dos bombeiros.


Contaminação

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A Prefeitura de Santos usou o Facebook para tentar tranquilizar a população sobre os possíveis problemas ambientais causados pelo incêndio. Em vídeo gravado próximo ao pátio da Ultracargo na sexta-feira, 3, por volta de 23h, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) elogia o trabalho do Corpo de Bombeiros e afirma que, naquele momento, o incêndio estava "estável e sob controle".


Barbosa ressalta que a administração municipal acionou a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) para monitorar a qualidade do ar nas proximidades do incêndio e em outras regiões da cidade. "Não há comprometimento da qualidade do ar para a população, em nenhum ponto da cidade", diz o prefeito. Em entrevista coletiva concedida neste sábado, 4, no local do incêndio, a secretária estadual de Meio Ambiente, Patricia Faga Iglecias Lemos, também descartou haver risco para a população.


Para Antônio Carlos Vendrame, professor, engenheiro e especialista em segurança no trabalho, saúde e meio ambiente, o maior risco está em possível vazamento do combustível para o solo. "A coluna de fumaça assusta porque é grande e escura, mas a quantidade de oxigênio na atmosfera e na Serra do Mar é muito maior. Por isso, há possibilidade de dano ambiental é desprezível. O alerta é necessário para a possibilidade de vazamento do combustível no solo. Essa sim seria uma catástrofe", explica Vendrame.

A Cetesb informou na sexta-feira (3) que foram registradas mortes de peixes no canal do estuário da Alemoa, mas a Companhia minimizou o incidente, sem explicar os motivos. De acordo com Antônio Carlos Vendrame, a distância entre o local do incêndio e o mar, 600 metros, descarta a possibilidade da alta temperatura, em torno de 800ºC, ser a causa.


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