O Ministério Público Federal ofereceu denúncia, já acatada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba, contra o doleiro Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato, por comandar esquema de lavagem de dinheiro também no caso "mensalão", que envolveu o governo Lula em 2005 e levou petistas históricos como o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente do Partido, José Genoíno à prisão. Na denúncia, a Procuradoria da República afirma que o doleiro lavou pelo menos R$ 1,16 milhão de um total de R$ 4,1 milhões repassados pelo empresário Marcos Valério, operador do mensalão, ao então deputado federal José Janene (PR), líder do PP na Câmara na época do escândalo.
Além de Youssef, outras nove pessoas são denunciadas pelo MP: Carlos Habib Chater, Rubens de Andrade Filho, Meheidin Hussein Jenani, Ediel Viana da Silva, Dinorah Abrão Chater, Danielle Kemmer Janene, Carlos Alberto Pereira da Costa, Carlos Alberto Murari e Assada Jannani. O juiz decretou nova prisão preventiva de Youssef, Chater, Silva e Costa.
Segundo os procuradores, o esquema consistiu basicamente na utilização de valores provenientes "de atividade criminosa de José Janene" no valor de RS 1,16 milhão. Esse dinheiro, conforme a denúncia, "foi investido na empresa Dunel Indústria, sediada em Londrina, utilizada para ocultar e dissimular a origem ilícita de recursos". A investigação mostra que os valores foram usados para "pagamento da aquisição de máquinas, equipamentos, serviços de terceiros, bem assim a pagar as despesas ordinárias da empresa Dunel Indústria, dentre os quais salários e pró-labore".