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Teste clandestino

Médicos que realizaram teste com cloroquina nebulizada receberam sem trabalhar

Folhapress
19 abr 2021 às 14:25
- Pixabay
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Responsáveis pela aplicação ilegal de hidroxicloroquina nebulizada em pacientes com Covid-19, os médicos Michelle Chechter e Gustavo Maximiliano Dutra atuaram por cinco dias na rede pública do Amazonas, mas receberam pagamentos que, somados, chegam a três meses de trabalho.


Chechter recebeu dois meses de trabalho da Secretaria de Saúde do Amazonas (SES), conforme revelado pelo portal G1. A reportagem confirmou a informação e identificou, por meio do portal da transparência do Amazonas, o pagamento de um mês para Dutra.

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Pelo trabalho de "médico intensivista temporário" Chechter, que é ginecologista e obstetra, ganhou, líquidos, R$ 11.801,29, em fevereiro, e R$ 12.767,95, em março. O marido, com a mesma especialização e pelo mesmo trabalho, recebeu R$ 12.767,95, em março.

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Ambos foram contratados em fevereiro pela SES para atuar na segunda onda da epidemia em Manaus por meio de um banco de recursos humanos disponibilizado pelo Ministério da Saúde.

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Durante os cinco dias em que atuaram no Instituto da Mulher Dona Lindu (IMDL), o casal aplicou a nebulização com um comprimido de hidroxicloroquina macerado em pelo menos duas pacientes, ambas puérperas. Outros três casos de mulheres grávidas que morreram na unidade hospitalar estão sob investigação.


Uma das pacientes, Jucicleia de Sousa Lira, 33, teve a aplicação de nebulização gravada e distribuída em redes sociais por Chechter. O vídeo continuou circulando mesmo após a morte de Lira, em 2 março. O ministro Onyx Lorenzoni (Secretaria-Geral) publicou-o em 20 março no Twitter, que apagou o post após o caso ter sido revelado pelo jornal Folha de S.Paulo.

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Em entrevista à TV Globo na época, Chechter disse, na entrada do IMDL, que "está usando aqui bastante a hidroxicloroquina" em gestantes com Covid-19.


A SES disse que "está solicitando o ressarcimento pelos valores pagos indevidamente aos médicos" e que afastou Chechter após a nebulização. O seu marido então renunciou por conta própria, segundo a pasta.

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Apesar da prática ilegal, a SES não denunciou o casal ao Ministério Público ou à polícia, mas afirma ter aberto uma sindicância interna.


A Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa), instância do Conselho Nacional de Saúde e vinculada ao Ministério da Saúde, pediu ao Ministério Público Federal que investigue a conduta de Chechter.

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Para a comissão, o tratamento experimental liderado pela médica se tratou de pesquisa clínica com seres humanos, sem autorização da instância regulatória ética e sem respeito às normas de ética em pesquisa vigentes no país.


Além disso, segundo a comissão, a médica infringiu substancialmente o Código de Nuremberg e outros documentos internacionais de bioética, como a Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos da Unesco.

A reportagem voltou a solicitar uma entrevista ao casal por meio da clínica onde os dois trabalham em São Paulo, mas não obteve resposta até a publicação deste texto.


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