O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta terça-feira (1º) à Justiça Federal o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva e mais 14 investigados na 16ª fase da Operação Lava Jato. Eles foram denunciados pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção, envolvendo a montagem a Usina Nuclear Angra 3.
De acordo com acusação da força-tarefa de investigadores da Lava Jato, o cartel de empreiteiras que atuou em contratos da Petrobras também operava na Eletronuclear.
A partir do depoimento de delação premiada de Dalton Avancini, executivo da Camargo Correa e réu na Lava Jato, a força-tarefa descobriu que os crimes ocorriam a partir do pagamento de propina de executivos da Andrade Gutierrez ao ex-presidente da estatal, Othon Luiz Pinheiro, acusado de receber R$ 4,5 milhões.
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"É de se ver ainda que Othon Luiz Pinheiro da Silva, em virtude da licitação e contratos firmados com as empresas Odebrecht, UTC, Camargo Correa, Techint, Andrade Gutierrez, EBE (Grupo MPE) e Queiroz Galvão, já cartelizadas na Petrobras, abriu, em agosto de 2014, às vésperas da assinatura dos contratos dessas empresas com a Eletronuclear, uma conta bancária em nome da offshore Hydropower Enterprise Limited, no Banco Havilland S/A, em Luxemburgo, para recebimento das vantagens indevidas em razão do cargo de presidente da Eletronuclear", afirmou o MPF.
Em depoimento prestado à Polícia Federal antes de ser denunciado, Othon disse que nunca exigiu ou recebeu vantagem financeira e que não recebeu orientação do governo federal e de partidos para cobrar doações financeiras de empreiteiras.
Além de Pinheiro, que está preso em Curitiba, também foram denunciados o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, também preso em Curitiba, e Rogério de Sá, Clóvis Renato Peixoto, Olavinho Ferreira Mendes e Flávio Barra, todos ex-executivos da empreiteira.