Se for indiciado pela polícia como coautor das mortes do cartunista Glauco Vilas Boas e de Raoni, e a denúncia for aceita pelo Ministério Público (MP), o motorista do veículo que teria sido usado na fuga por Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o estudante Felipe de Oliveira Iasi, de 23 anos, pode pegar pena maior do que o assassino confesso, segundo juristas e criminalistas.
Isso porque a tese alegada desde ontem pela defesa de Nunes, a de que ele é portador de transtornos mentais, pode servir, se comprovada por meio de laudos psiquiátricos, de atenuante da pena. Sem contar que, nesse caso, em uma eventual condenação pelo Tribunal do Júri, ele não seria conduzido a uma cadeia, mas a tratamento em manicômio judiciário.
"Se considerado parcialmente incapaz de entender os atos delituosos que praticou, por transtornos mentais ou por dependência de drogas, a pena pode ser reduzida de um a dois terços", diz o professor de Direito Penal da Pontifícia Universidade Católica (PUC) Carlos Kauffman. No caso de homicídio qualificado, a pena de 12 a 30 anos pode baixar para entre 4 e 10 anos.
Leia mais:
Maior presente de Natal virá da cultura, diz Selton Mello sobre 'Compadecida 2'
Brasil está perto de alcançar a meta de vacinação contra o vírus HPV
Saúde incorpora cinco procedimentos contra câncer de mama no SUS
Após polêmica, Marinha anuncia concurso com 800 vagas
Já o estudante Iasi, cujo defensor já afirmou não ter conhecimento de que o rapaz é usuário de drogas, não incidiria a diminuição de pena. "Ele seria julgado pelo Tribunal do Júri por crime comum e receberia pena de reclusão por homicídio, se realmente indiciado", afirma Oliveira Filho.