O carro alegórico da escola de samba Paraíso do Tuiuti, que provocou acidente no último domingo (26) na Passarela do Samba, no Rio de Janeiro, passará por nova perícia nesta quarta-feira (1º). O acidente deixou um saldo de 20 pessoas feridas, três em estado grave.
A titular da 6ª Delegacia Policial da Cidade Nova, delegada Aparecida Mallet, informou nesta terça-feira (28) à Agência Brasil que o veículo será transladado da apoteose até a cabeceira da pista da Marquês de Sapucaí, dirigido pelo mesmo motorista Francisco de Assis Lopes, que o guiava na ocasião do acidente.
"O perito examinará, entre outras coisas, as condições de dirigibilidade do carro", disse a delegada. As perícias preliminares efetuadas no local e no veículo constataram que houve falha mecânica. As rodas giratórias, chamadas rodas malucas, estavam danificadas. "Ou seja, elas se romperam."
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Em depoimento na 6ª Delegacia de Polícia (DP), o motorista Francisco de Assis Lopes disse não ser culpado pelo acidente, alegando que não tinha visibilidade. "Ou seja, ele estava sem condições de dirigibilidade, porque naturalmente esses carros alegóricos impossibilitam a visão periférica", informou Aparecida. A acoplagem de um veículo à frente daquele que Lopes estava dirigindo impossibilitou a visão direta e ele ficou sem visão alguma. Para a delegada, foi um "somatório de circunstâncias".
Unidos da Tijuca
Em relação ao carro abre-alas da Unidos da Tijuca, cuja estrutura quebrou na madrugada de desta terça no Sambódromo do Rio de Janeiro, várias perícias foram feitas no local e no veículo avariado. O acidente também deixou 12 feridos.
Após a conclusão da perícia, o carro foi levado para a Cidade da Polícia, na Zona Norte da capital fluminense. O laudo conclusivo deve ser divulgado em 24 horas. A delegada acredita que houve falha em um dos pistões que seguravam o sistema hidráulico do carro.
Testemunhas dos acidentes e diretores das duas agremiações, da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) e das empresas responsáveis pelos projetos dos veículos serão ouvidos pela Polícia Civil.
Também serão solicitadas as Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs) dos carros alegóricos, que comprovam a prestação de um serviço, a execução, o acompanhamento e a vistoria nesses veículos. A ART é dada por um profissional responsável competente.
Aparecida explicou que é importante o depoimento da Liesa, porque a entidade tem, em seu organograma, comissões de fiscalização e verificação das obrigatoriedades regulamentares. Todos os membros das comissões serão chamados para declarações. "Tudo isso faz parte do conjunto probatório do inquérito, até que se faça o relatório, cujo prazo de encerramento é previsto em 30 dias", salientou.
Após o prazo legal de conclusão, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público do Estado, para avaliação.
A delegada Aparecida Mallet observou que, apesar de ter carteira de habilitação para dirigir caminhões e veículos de grande porte e ser funcionário de uma empresa transportadora, essa foi a primeira vez que o motorista Francisco de Assis Lopes guiava um carro alegórico.
A contratação do motorista também será avaliada pela polícia. Um auditor do Ministério do Trabalho e Emprego constatou que Lopes foi contratado informalmente, pondo em risco sua própria vida.