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Operação Lava Jato

'O negócio do Collor é dinheiro', afirma Cerveró em depoimento

Agência Estado
20 jan 2016 às 11:07
- Reprodução
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O ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró citou o senador Fernando Collor (PTB-AL) em suas declarações à Procuradoria-Geral da República, preliminares ao acerto de colaboração premiada que firmou na Operação Lava Jato. Segundo o delator, "o negócio do Collor é dinheiro, ela não arrecada para partido, mas para ele mesmo."

Cerveró fechou o acordo no dia 18 novembro de 2015. O executivo está preso desde janeiro do ano passado.

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No documento entregue ao Ministério Público Federal, o delator afirmou que estudou com Collor no Rio e "sabe que o mesmo é rico de família e muito esbanjador".

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O delator citou o ex-ministro do governo Collor Pedro Paulo Leoni Ramos, apontado pelos investigadores da Lava Jato como operador de propinas do senador. "Soube através de Pedro Paulo Ramos, que foi paga propina e que foi repassado para Collor, pelo próprio Pedro Paulo Ramos, mas não sabe precisar o valor correto. Mas em certa oportunidade, Pedro Paulo Ramos mostrou uma tabela de valores mensais para Fernando Collor, que chegava, na margem de milhões de reais", afirmou.

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Collor já foi denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela suposta prática de corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato. O senador também é alvo de outros dois inquéritos sobre o tema.


O delator declarou ao Ministério Público Federal que já esteve na Casa da Dinda, residência do senador, em Brasília. "O lugar é nababesco." Cerveró foi diretor de Internacional da Petrobras entre 2003 e 2008. Após ser exonerado do cargo, assumiu a diretoria financeira da BR Distribuidora, subsidiária da estatal, onde ficou até 2014.

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O nome de Collor foi citado pelo ex-diretor da Petrobras em um documento intitulado "Assunto: Construção de bases da UTC". Segundo Cerveró, durante o período em que ele estava na BR Distribuidora - onde ocupou o cargo de diretor financeiro - , foram "realizadas licitações (todas direcionadas) para a UTC construir bases de tancagem e armazenamento para a subsidiária". O delator afirmou que todas foram aprovadas por todas as diretorias da BR Distribuidora.


"Assim, aprovadas as construções, foram realizadas licitações, sendo que a UTC restou como ganhadora e construiu as bases de Porto Nacional/TO, base do Acre e uma reforma de outra base da qual não se recorda o nome. A diretoria responsável pela construção das bases era a diretoria de Engenharia e Serviços, cujo diretor era José Zonis, indicado pelo senador Fernando Collor", diz o delator na sua declaração.

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À Procuradoria, Cerveró relatou que participou da aprovação e dos pagamentos das bases, cujo orçamento era na casa de R$ 500 milhões, mas não recebeu nenhuma propina. De acordo com o delator, neste caso, a propina não foi compartilhada com todas as diretorias.


"Somente recebeu a diretoria de Engenharia e Serviços, que repassou a propina ao senador Fernando Collor. Em outras situações que serão apresentadas no futura, a propina foi compartilhada", sustentou.

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"Zonis em outras oportunidades comentou que Collor sempre cobrava propina dos negócios relacionados a diretoria dele, sendo que inclusive Zonis foi substituído por Vilson por determinação de Collor, já que não atendeu a todas as demandas do senador", disse.


No capítulo "Conhecimento do fato", registrado pela Procuradoria, Cerveró reiterou. "A UTC deve ter o registro do pagamento para Pedro Paulo, que repassava para Collor. (...) Collor tinha grande influência na BR, pois havia indicado o presidente Lima e tinha as diretorias de Serviços e rede de postos."

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Um dos delatores da Lava Jato, Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, disse que repassou a Collor R$ 20 milhões para conseguir obras de infraestrutura na BR licitadas na gestão do presidente José Lima de Andrade Neto.


Defesas


"O vazamento parcial de declarações atribuídas a Nestor Cerveró é ilegal e busca covardemente verificar alvos escolhidos junto à opinião pública. O senador Fernando Collor não teve qualquer participação ou ingerência em processos internos e licitações realizadas pela BR Distribuidora, bem como jamais recebeu recursos ilícitos da UTC, nem diretamente nem por interposta pessoa", disse a defesa de Collor.

A reportagem não conseguiu localizar o ex-presidente da BR Distribuidora José Lima de Andrade Neto e o executivo José Zonis.


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