O ex-líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) José Rainha Júnior foi preso nesta quinta-feira (16) em Presidente Prudente, no interior de São Paulo. Segundo a Polícia Federal (PF), ele é acusado de "desvio de verbas públicas federais destinadas aos assentamentos de reforma agrária" na região do Pontal do Paranapanema.
Além de Rainha, a PF vai cumprir mais nove mandados de prisão temporária, sete mandados de "condução coercitiva" à delegacia para depoimento e 13 mandados de busca e apreensão. A ordem é da 5ª Vara da Justiça Federal.
De acordo com nota divulgada pela PF, "o grupo criminoso utilizou associações civis, cooperativas e institutos para se apropriar ilegalmente de recursos públicos destinados a manutenção de assentados em áreas desapropriadas para reforma agrária. São investigados crimes de extorsão contra proprietários de terras invadidas, estelionato, peculato, apropriação indébita de recursos de assentados, formação de quadrilha e extração ilegal de madeira de áreas de preservação permanente".
Leia mais:
Todos que participaram da delação correm risco, diz ex-advogado de empresário morto
Caixa relança campanha histórica dos "Poupançudos" para reforçar crédito imobiliário
Por erro em divisa, Paraná pode perder território para Santa Catarina
Meta climática do Brasil cita pela 1ª vez redução no uso de combustíveis fósseis
A assessoria de imprensa da coordenação nacional do MST disse à Agência Brasil que Rainha está desligado do movimento há mais de cinco anos.
A investigação dos supostos desvios teve início há dez meses. A operação, batizada de Desfalque, foi feita em parceria com o Ministério Público Federal. No início de 2009, o MPF já havia aberto processo administrativo contra José Rainha Junior para apurar desvios de verbas do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Além de Presidente Prudente, a operação da PF ocorre nas cidades de Andradina, Araçatuba, Euclides da Cunha Paulista, Presidente Bernardes, Presidente Epitácio, Sandovalina, São Paulo e Teodoro Sampaio. A Polícia Federal não confirmou o nome de outros presos ou de pessoas que serão conduzidas a delegacias para prestar depoimento.