Uma foto na rede social Facebook tem indignado os internautas. O flagrante feito pelo fotógrafo Domingos Peixoto, do jornal O Globo, mostra um policial da PM carioca lançando spray de pimenta em direção aos olhos de um cão, que latia para uma fila de guardas que passava à frente dele, causando sofrimento no animal.
Os guardas faziam parte de um reforço polcial implantado na Rocinha, no Rio de Janeiro, após um tiroteio entre policiais militares e traficantes de droga.
Imediatamente os defensores de animais começaram a se mobilizar para punir o responsável. "Esse episódio de crueldade desnecessária contra um animal não pode ser deixado para lá. Da polícia se espera originalmente a manutenção da paz e da segurança, e não a provocação gratuita de violência, seja contra pessoas, seja contra animais não humanos", diz a matéria da Agência de Notícias de Direitos Animais (Anda), que está conclamando a população a denunciar o policial à Corregedoria da PM do Rio de Janeiro.
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Segundo O Globo noticiou algumas horas depois da publicação da foto, o major Edson Santos, comandante do patrulhamento da Rocinha, anunciou que vai ouvir o PM que borrifou o spray de pimenta no cachorro. Ele pretende lhe perguntar se o animal realmente estava ameaçando mordê-lo ou aos outros guardas que estavam perto dele. O major acredita que o uso do spray, sendo uma arma "não letal", pode ter tido o intento de "evitar machucar" o cão.
Para a Anda, essa justificativa não condiz com a realidade, uma vez que a imagem mostra o spray direcionado para os olhos do cão, com objetivo de ferir os olhos da vítima. "Se o cachorro estava mesmo atacando o policial, porque os outros policiais aparecem tão tranquilos na foto? Claro que foi um ato de crueldade sem motivo algum !!!!", reage a leitora Tatiana Machado. A ANDA exige que a apuração desse caso não fique apenas nessa audiência, mas sim resulte em punição exemplar ao policial que o agrediu.
Apuração
Segundo o site G1 noticiou na manhã desta segunda-feira (7), o major Edson Santos finalizou um relatório sobre o caso e irá encaminhá-lo à Corregedoria da PM do Rio para que seja decidido se o policial será ou não punido.
O soldado agressor, cujo nome não vem sendo revelado pela mídia, por sua vez, afirmou que a cadela teria avançado em cima da equipe de policiais em que ele estava e o uso do spray seria para afastá-la. Afirmou-se que a cadela estava estressada desde que perdeu uma ninhada inteira de filhotes dois meses antes.
O major Edson disse também que a cadela está bem e que o spray "não causa maiores incômodos se aplicado como foi, em pequena quantidade e em local aberto". Disse que o spray usado é em forma de espuma, que não se espalha no ambiente e fere "apenas" a pessoa ou animal situado no alvo.