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'Virada do ano financeiro'

Recenseadores do IBGE em Londrina reclamam de atrasos no pagamento de salários

Caroline Knup - Redação Bonde
20 jan 2023 às 16:53

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- Tânia Rêgo/Agência Brasil
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Desde o último mês, recenseadores contratados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) têm reclamado de atrasos no pagamento de seus salários. Segundo o estudante F.B., que preferiu não se identificar, "o Instituto não é transparente quanto aos pagamentos e aos atrasos".


O estudante, que se desligou da ocupação de recenseador em dezembro de 2022, afirma que, ao questionar sua coordenação a respeito do problema, seus superiores afirmaram não ter contato com o setor de RH (Recursos Humanos) do IBGE.

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"A pessoa que me coordenava disse apenas que o atraso aconteceu por conta da mudança de governo, que prejudicou a liberação da verba. Mas o IBGE, oficialmente, não se posicionou. Acredito que tenham outros recenseadores nessa mesma situação", pontua F.B.

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A suposição do estudante, de fato, está correta. Nas redes sociais, recenseadores de todo o Brasil têm reclamado e cobrado posições do Instituto.

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No Twitter, em resposta às postagens que mencionam diretamente o órgão, o IBGE responde com uma mensagem automática, na qual pede para que os recenseadores preencham um formulário disponível no site oficial.

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A resposta não tem agradado os recenseadores, que afirmam não receber respostas e posicionamentos oficiais por parte do Instituto.



O recenseador H.B., que também não quis se identificar, afirma que o IBGE alerta os profissionais sobre o prazo de 15 dias para o pagamento dos valores, que são calculados de acordo com o número de cidadãos entrevistados. 


Em tese, ao longo deste período, o Instituto realiza a supervisão do trabalho e, então, o pagamento dos recenseadores.

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Para H.B., que ainda trabalha no Instituto, o atraso no pagamento dos salários traz uma série de problemas aos recenseadores, que, muitas vezes, precisam gastar, inclusive, com deslocamento e alimentação. 


"Eles [o IBGE] fornecem vale transporte, mas muitas vezes não é suficiente. Além disso, acho que poderiam oferecer um suporte melhor aos recenseadores", argumenta.

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O estudante F.B., que já teve outro pagamento atrasado há alguns meses, afirma que a falta de previsão de recebimento do salário impacta suas finanças pessoais. "Preciso do dinheiro para pagar aluguel e outras contas que já passaram do prazo e não há pronunciamento oficial", conta o ex-recenseador.


POSICIONAMENTO


De acordo com a coordenação da regional de Londrina do IBGE,  os atrasos nos pagamentos estão relacionados à virada do ano financeiro. Todo início de ano, para todos os entes públicos federais, os recursos são mais demorados para serem efetivamente pagos, apesar de já estarem empenhados (reservados).  Somado a esse fato, houve uma mudança do ordenador de despesas do IBGE por conta das alterações no Ministério do Planejamento. Isso, na realidade,  é praxe em toda mudança de governo. Esta semana no entanto, todos os pagamentos represados estão sendo retomados e até semana que vem, esperamos normalizar a situação", informou em nota o coordenador Fábio Fujimoto.


Segundo ele, o IBGE procura sempre atender aos recenseadores com relação a questionamentos sobre pagamentos, consultando as folhas e tentando dar uma previsão de efetivo pagamento. "Cabe destacar que o pagamento aos recenseadores é feito por produção e muitas vezes é preciso proceder com correções no setor de trabalho para que possamos efetivamente liberar pagamento. Essas correções vão desde a reordenação na sequência dos endereços, como a tentativa de realizar entrevistas em domicílios com moradores ausentes e reversão de recusas." (Colaborou Guilherme Marconi, repórter do Bonde)

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