Brasil

Suspeito preso nega participação nas mortes de Pereira e Phillips

09 jul 2022 às 11:25

O suspeito de participar dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, preso em flagrante nesta quinta-feira (7) por usar documentos falsos, afirmou à PF (Polícia Federal) não ter envolvimento com os homicídios e a ocultação dos corpos.

Conhecido como Colômbia, o homem foi voluntariamente à delegacia da PF em Tabatinga, no Amazonas, para saber se estava sendo investigado e refutar acusações veiculadas na imprensa. Foi detido ao apresentar duas identidades, uma brasileira, outra colombiana, cada uma com um nome.


“Inicialmente, ele apresentou um documento brasileiro no qual é identificado como Rubens Vilar Coelho, nascido em Benjamim Constant [Amazonas]. No decorrer do depoimento ele acabou dizendo que nasceu em Leticia [Colômbia] e apresentou um documento colombiano com outro nome, Rubén Darío da Silva Vilar”, disse o superintendente da PF no Amazonas, delegado Eduardo Alexandre Fontes, ao explicar o motivo da prisão


Em entrevista coletiva na manhã de sexta-feira, em Manaus, Fontes pontuou que as autoridades brasileiras e peruanas estão checando a suspeita de que Colômbia teria mais uma identidade, peruana.


“Aguardamos pela decisão judicial na expectativa de que ele permaneça preso. Até para que possamos esclarecer qual é realmente a sua identidade”, disse o delegado Fontes, ao informar que um inquérito foi instaurado apenas para investigar o uso de documentos falsos por Colômbia. “Entendemos que não é o caso de ele ficar em liberdade provisória, afinal, não sabemos sequer sua real identidade. Se ficar em liberdade, ele provavelmente vai fugir”, comentou.


Segundo o delegado, Colômbia negou “veementemente” qualquer participação nos assassinatos do indigenista e do jornalista. Colômbia revelou que conhece ao menos um dos três suspeitos detidos por envolvimento nos crimes, o pescador Amarildo da Costa Oliveira, o "Pelado", com quem teria “relações comerciais”, pois costuma comprar peixes dos pescadores da região do Vale do Javari (onde o indigenista e o jornalista foram mortos) para revenda.


“Até o momento, o que há [evidenciado] é uma relação comercial [de Colômbia] com alguns pescadores. Agora, estamos investigando se existe apenas esta relação comercial ou se existe uma [associação com a] pesca ilegal; se ele [Colômbia] participa efetivamente, financiando-a”, informou o delegado. De acordo com Fontes, as suspeitas de que Colômbia tem ligações com narcotraficantes que atuam na região só foram apontadas na imprensa.


Até a publicação da matéria, não foi conseguido contato com a defesa de Colômbia.

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