A empresa Cowan, responsável pela construção do Viaduto Batalha dos Guararapes, em Belo Horizonte, afirmou ontem que o desabamento da obra aconteceu por causa de um erro no projeto executivo, que fez com que a estrutura tivesse só um décimo do aço necessário para suportar e distribuir o peso da estrutura sobre as estacas.
Segundo o calculista da empresa Enescil Engenharia, Catão Francisco Ribeiro, contratado pela Cowan para fornecer um parecer sobre o acidente, o problema foi em um bloco que sustentava um dos pilares. O bloco, que fica cerca de um metro sob o terreno, estava apoiado em dez estacas armadas a 20 metros de profundidade.
O pilar sobrecarregava somente as duas estacas centrais. Cada uma delas tinha capacidade para suportar até 500 toneladas. Porém, as duas centrais passaram a sustentar 3 mil toneladas. Com isso, o bloco afundou na parte central e como não tinha base suficiente, se rompeu e afundou. "Foi um milagre a obra não ter caído antes", afirmou Ribeiro.
Leia mais:
Brasil registra mais de 11 mil partos resultantes de violência sexual, diz pesquisa
Justiça do Trabalho em SP multa iFood em R$ 10 milhões e exige registro de entregadores
Com sorteio nesta quinta, Mega-Sena tem prêmio estimado em R$ 3,5 milhões
Trabalho de casa e filhos afastam jovens negras do emprego e do estudo
O projeto executivo foi feito pela Consol Engenheiros Construtores e aprovado pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap-BH).
O órgão municipal afirmou que não se pronunciaria. Já representantes da Consol não foram localizados até a noite de ontem.
Segundo Ribeiro, a alça que ainda está de pé poderá cair a qualquer momento, uma vez que tem o mesmo erro. Diante disso, foi entregue ao prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), e ao secretário municipal de Obras e Infraestrutura, José Lauro Nogueira Terror, uma carta recomendando que a outra alça seja demolida com urgência. O tráfego de veículos e de pedestres também não será liberado até que o processo de demolição seja concluído.
A Cowan também informou que vai avaliar os demais dez viadutos que foram construídos por ela para verificar se há erros nos projetos. Apesar disso, o trânsito nesses locais não será interrompido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.