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Alta do dólar começa a assustar

Carmem Murara - Folha do Paraná
22 abr 2001 às 16:51

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A semana nervosa no mercado financeiro a os sucessivos recordes da alta do dólar frente à moeda brasileira fazem com que todo o setor produtivo do País fique em estado de alerta. A preocupação atinge importadores, exportadores, bancos, empresas com financiamentos externos e até uma parcela da população que planejava contratos de leasing ou até mesmo viagens ao exterior.

Todos vão sentir, no bolso, o fato de o dólar ter extrapolado o patamar dos R$ 2,10 e de ter chegado a R$ 2,245, na sexta-feira. Pela primeira vez nos últimos oito anos, a moeda norte-americana fica acima do preço técnico, ou seja, do preço considerado como justo.

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Para a indústria, a elevação representa custo maior e dificuldade de encontrar financiamento internacional. "Como houve a subida da taxa de juros, o crédito ficou mais apertado ainda", ressalta o analista de investimentos da S.M Consultoria, Marcelo Martenetz. Com a instabilidade, o mercado permanece instável, o que provoca maior procura pelo dólar e como consequência mais tendência de alta.

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Esta situação fez com que o Banco Central fizesse intervenção no mercado de câmbio por duas vezes na semana. Primeiro foi na quinta-feira, injetando R$ 1 bilhão em títulos cambiais, e depois na sexta-feira com mais R$ 2 bilhões. Mesmo assim, não foi possível segurar o dólar, que disparou para R$ 2,245, batendo recorde desde que o governo federal instituiu o sistema de livre flutuação, em janeiro de 1999.

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O problema é que há um limite para o Banco Central atuar no mercado a fim de garantir tranqüilidade. O analista financeiro Luciano Kuster enfatiza que as reservas cambiais do Brasil são de US$ 32 bilhões. "Hoje despejar US$ 1 bilhão é muito pouco", afirma. Em sua avaliação, o País vive um momento de queda de braço entre o Banco Central e os especuladores. No meio da batalha está o setor produtivo à mercê do nervosismo do sistema financeiro.


O reflexo direto da valorização do dólar será sentido nas exportações brasileiras, que devem aumentar nas próximas semanas. Em contrapartida, as importadoras vivem momento de incerteza e apreensão. "Com a alta do dólar é o momento de se buscar a exportação, principalmente para a Argentina que tem a paridade do peso e isso beneficia as empresas brasileiras", ressalta o consultor de negócios internacionais do Sebrae-Paraná, Ricardo Delamea.

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O empresariado que exporta costuma reivindicar desvalorização, porque a venda da produção se torna mais fácil. "Mas isso é um cobertor curto, pois aumenta o risco Brasil e deixa mais caro nosso dinheiro", afirma Marcelo Martenetz.


A alta da moeda norte-americana chega num momento em que está elevado o endividamento feito em dólar no País, com muitas empresas captando dinheiro fora e emitindo eurobônus. "Pelo menos um terço dos empréstimos são em dólar", afirma Martenetz. Ele diz que isso faz com que todo o País fique muito dependente das oscilações.

Quando a tranqüilidade voltará ninguém sabe. O analista financeiro Luciano Kuster repete uma frase dita recentemente pelo deputado federal e ex-ministro Delfim Neto, numa palestra feita em Curitiba. "Não há teoria comprovada sobre o movimento especulativo do dólar. Não há teoria racional".


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