A alta nos juros da taxa Selic, decretada pelo Copom, deve levar os empresários a colocar o pé no freio. A taxa de juros passou de 16,25% para 16,75% ao mês. De acordo com o empresário Celso Gusso, da Arauplast, o que assusta não é a última elevação na taxa, mas sim o acúmulo do aumento das taxas de juros, registrado nas três últimas reuniões do Copom. A alta acumulada chega a 1,5%. Com isso cada vez fica mais difícil para a indústria negociar com o varejo, que só compra com prazo de 30 a 60 dias, justifica.
O comércio por sua vez já prevê um desaquecimento nas vendas. De acordo com Vamberto Santana, assessor econômico da Federação do Comércio do Paraná, a alta dos juros exerce um efeito psicológico sobre o empresariado e a primeira consequência é tentar elevar o preço de sua mercadoria.
"Ele sabe que quando tiver que repor a mercadoria na loja, não terá as mesas condições da última negociação na Indústria", explica. "Certamente vai pagar mais caro se quiser manter o mesmo prazo", acredita.
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Para Santana não é só a elevação nas taxas de juros que está preocupando o comércio. Segundo ele, somando os efeitos da desvalorização cambial e do racionamento, forma-se uma mistura que reduz o ímpeto de compra por parte do consumidor e consequente caem as vendas no comércio. Isso porque o consumidor também fica com medo de perder o emprego e certamente vai segurar as compras, prevê. Santana acredita que o empresário do comércio vai rever suas expectativas de venda.
Leia mais em reportagem de Vânia Casado, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta sexta-feira